quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Hoje...

Hoje eu estou triste... de uma tristeza que não sei.
Um nó na garganta, umas reviravoltas no estômago.
Um medo que não cabe aqui.
De não saber o que se passa ai.
E, às vezes, eu já nem sei mais.
E eu peço pra entender.
E peço paz.
E peço sossego.
Peço eu, você e nós. ponto.
Peço eu, você e paz! exclamação.
Peço, eu, você e sempre...reticência.
Peço, eu, você e simplicidade, naturalidade, compreensão, amor, durabilidade, paciência, ternura, razão e coração. Em par.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar". (SARAMAGO)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Li isso e achei tãão verdade...

CONVITE PARA JANTAR - O DESABAFO DE UMA MULHER.

Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de estresse que isso desencadeia em nossas vidas...Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer. Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo:
- “Vamos jantar amanhã???”.
Você sorri e responde:
- “Claro, vamos sim!!!"

Foi dada a largada...Cancela todos os seus compromissos canceláveis e começa a odisséia. Evidentemente, você também para de comer, afinal, quer estar em forma no dia do jantar e mulher "sempre se acha gorda". Daqui pra frente, você começa a fazer a dieta do queijo: fica sem comer nada o dia inteiro e, quando sente que vai desmaiar, come uma fatia de queijo. Primeira coisa: fazer mãos e pés...Vocês (homens) devem estar se perguntando:
- “Mão tudo bem, mas porque pé, se ela vai de botas?”

Lei de Murphy: Sempre dá merda!!! Uma vez, pensei assim e o infeliz me levou para um restaurante japonês daqueles em que tem que tirar o sapato para sentar naqueles tatames..Tomei no ... bonito! Tive que tirar o sapato com aquela sola do pé cracuda, esmalte semi-descascado e cutícula do tamanho de um champignon! As mais caprichosas, além de fazer mão e pé, ainda fazem algum tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura, retoque de raiz, etc.

- Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um inocente jantar?
Lá vai você depilar perna, axila, virilha, sobrancelha, etc, etc. Tem mulher que depila até o ... ! Mulher sofre!!!
Dia seguinte: É hoje o grande dia!!!
- Quando vou sair com alguém, faço questão da dar uma passada na academia no dia, para malhar desumanamente até quase cuspir o pulmão.
- Não, não é para emagrecer, é para deixar minha bunda e minhas pernas enormes e durinhas (elas ficam inchadas depois de malhar).
"Geralmente, o Zé Ruela não comunica onde vai levar a gente."
Surge aquele dilema da roupa. Com certeza, você vai errar, resta escolher se quer errar para mais ou para menos.
Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o
porquê). Mas, é como dizia Angie Dickinson: “Eu me visto para as mulheres e me dispo para os homens”. Não tem como, a gente se arruma, mesmo que eles não reparem!!! Depois do banho e do cabelo, vem a maquiagem. Nessa etapa, eu perco muito tempo. Lá vai a babaca separar cílio por cílio com palito de dente depois de passar rímel.

Depois vem a hora de se vestir. Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. É sério, no dia anterior o corpo estava lindo e no dia seguinte... PORCA!!!! - Não sei o que é (provavelmente nossa imaginação), mas eu juro que acontece. E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você?

"Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar, a calça perfura o pâncreas." Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Vem o dilema da lingerie. Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) ou é bonita, ou é confortável. Você olha para aquela sua calcinha de algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor de pele. Praticamente um método anticoncepcional. Você pensa :
- “Eu não vou dar para ele hoje mesmo, que se foooda!!!”
Aí você começa a pensar:
- “E se, mesmo sem dar para ele, ele pode acabar vendo a minha calcinha...”
- Vai que no restaurante tem uma escada e eu tenho que subir na frente dele... se ele olhar para essa calcinha, broxará para todo o sempre comigo...'.
Muito puta da vida, você tira a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas porras mínimas e rendadas, que com certeza vão ficar entrando na sua bunda a noite toda. Melhor prevenir.
Os sapatos: Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: - Ou é bonito, ou é confortável.
Uma vez, um sapato me machucou tanto, mas tanto, que fiz um bilhete para mim mesma e colei no sapato, para lembrar de nunca mais usar!
- Porque eu não dei o sapato? Porra... me custou muito caro!!!
Posso não usá-lo, mas quero tê-lo...Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus dilemas do tipo:
- “Será que dou para ele?
É o terceiro encontro, "talvez eu deva dar...”. Começa a bater a ansiedade.

Agora imaginem vocês, se depois de tudo isso, o filho da puta liga e cancela o encontro?
- “Surgiu um imprevisto, podemos deixar para semana que vem???”
- Gente, não é má vontade ou intransigência, mas eu acho inadmissível uma coisa dessas, a menos que seja algo muito grave! Eu fico puta, puta, PUTA da vida!

Claro, na cabecinha deles não custa nada mesmo, eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles. Se eles soubessem o trabalho que dá, o estresse, o tempo perdido... nunca ousariam remarcar nada.

- Se fode aí! Vem me buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo!!! Até porque, a essas alturas, a dieta radical do queijo está quase te fazendo desmaiar de fome, é questão de vida ou morte a porra do jantar!!!

"NÃO CANCELEM ENCONTROS A MENOS QUE TENHA ACONTECIDO ALGO MUITO, MUITO, GRAVE!!!"

Supondo que ele venha. Ele liga e diz que está chegando. Você passa perfume, escova os dentes e vai. Quando entra no carro, já toma um eufemismo na lata “MMM... tá cheirosa!!!”. (tecla sap: “Passou muito perfume, porra!!!').

Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada. Ele acha que você é assim ao natural. Eu não ligo,
acho homem que repara muito meio viado. E se ele for tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a calcinha e nem ver...
- Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro)
> para nada!!!
- Homens, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode custar o mesmo que um MP4? Favor tirar sem
> rasgar!!!
Quando é comigo, passo tanto estresse que chego no jantar com um pouco de raiva do cidadão.
No meio da noite, já não sinto mais meus dedos do pé, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de bico fino..
Quando ele conta piadas e ri eu penso:
- “É, eu também estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando no colo do meu útero”.
A culpa não é deles, é minha, por ser surtada com a estética. Sinto o estômago fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico constrangida de mostrar toda a minha potência estomacal assim, de primeira.

Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste emocional e da disponibilidade de tempo que um encontro nos provoca. Nem sequer entrei no mérito do DINHEIRO. Pois é, tudo isso custa caro. Vou fazer uma estimativa POR BAIXO, muito por baixo, porque geralmente pagamos bem mais do que isso e fazemos mais tratamentos estéticos:

Roupa
R$ 350,00

Lingerie
R$ 110,00

Maquiagem
R$ 80,00

Sapato
R$ 150,00

Depilação
R$ 80,00

Mão e pé
R$ 20,00

Perfume
R$ 180,00

Pílula anticoncepcional
R$ 30, 00

Ou seja, JOGANDO O VALOR BEM PARA BAIXO, gastamos, no barato, R$ 1000,00 para sair com um Zé Ruela. Entendem porque eu bato o pé e digo que homem TEM QUE PAGAR O MOTEL? A gente gasta muito mais para sair com eles do que ele com a gente!

Por isto amigos, valorizem seu próximo encontro e aprendam um pouco mais, sobre este 'ser fantástico', chamado mulher...

(não sei quem é a autora!)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Os dois menores e MELHORES contos de fadas do mundo...

1. Conto de fadas para mulheres do séc. 21

Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:
- Você quer casar comigo?
Ele respondeu:
- NÃO!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.
FIM!!!

2. Conto de fadas para mulheres do séc. 21

Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.

Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
-Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...

E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:
- Nem fo...den...do!

(Luís Fernando Veríssimo)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Só posso escrever pra fugir da dor...

Eram quatro horas da manhã e eu sabia que não ia conseguir dormir de novo. Levei cerca de três horas para conseguir dormir e o sono não durava nem duas horas. Parecia um pesadelo, um misto de realidade com sonho inevitável e aquele fim de filme indesejável. Eu me viro pra um lado, para outro e me abraço no edredom, mas não adianta. Não é você.

Coloco a sua blusa debaixo do travesseiro para sentir que você ainda pode estar aqui por perto, e respiro fundo pro seu perfume entrar dentro mim, tomar conta de cada pedacinho do meu pulmão. Fecho os olhos e finjo você ali. Finjo eu ai. E ao mesmo tempo em que me sinto sua, não me sinto nada. Choro por medo que o perfume um dia suma e que eu não tenha mais aquele cheiro de blusa velha com desodorante e perfume paraguaio.

E então começa tudo de novo, vou montando um quebra-cabeça infinito, reunindo peças e diálogos do que eu poderia fazer no momento em que colocasse os pés no chão. Comprar uma passagem, colocar uma mochila nas costas e chegar lá sem avisar. Entrar no seu quarto deitar do seu lado e falar que te amo. Isso num dia, ou no outro. E os finais se alternam como um infinito RPG. Um dia é feliz, outro dia não.

E isso me mantém viva. Como conto de fadas árabe, contando histórias pra mim mesma, pra me manter viva. E sonho o dia todo, desde a hora em que não consigo dormir até a hora em que não consigo dormir de novo. E quando durmo, você vem. No sonho perfeito e real, comigo.

E quando acordo, me vem a vontade nauseante de nunca ter dormido. De acordar e não te ver ali. Pego o celular e procuro as mensagens que em um desespero apaguei. Quatorze dias que ele não toca, quatorze dias sem uma mensagem. E eu disco seu número e desligo, escrevo uma mensagem que nunca vou mandar. Choro mais algumas lágrimas e volto a dormir.

O choro me anestesia e acalma. A anestesia me deixa estática, apática e chata. Tranco a porta da casa, do quarto e me deito, querendo esquecer que eu existo, que você existe, ou que nós dois um dia existimos juntos. E de tanto pensar eu acabo imaginando que talvez sempre existimos juntos. E que não tem como existirmos separados.

E não adianta fazer nada pra não lembrar disso. Meu cabelo me lembra você, meu cheiro me lembra você, meu carro me lembra você, as músicas do rádio me lembram você, viver me lembra você. Vou me levantar agora e ir para onde, fazer o que? Não tenho vontade de existir, de me arrumar ou de comer. Só quero me trancar, mas me trancar também dói.

Tudo que eu faço essa dor não passa. Chorar, falar, gritar ou correr não levam ela embora. Eu vejo série na TV, escrevo texto, toco violão, leio um livro, abraço minha irmã, como brigadeiro…nada adianta. Meu cabelo está horrível, eu não tiro as sobrancelhas, não depilo as pernas, esqueço que existe maquiagem e uso a primeira roupa do guarda-roupa. Não tem porquê me arrumar, não tem porquê parecer linda e irresistível, porque não é pra você. E eu odeio me olhar no espelho, porque eu não sou mais a sua menina, a sua mulher, a sua motorista, a sua amiga, a namorada ciumenta, a amante insaciável.


Não tem porquê entrar no Orkut ou logar no MSN, você não vai estar lá. E se estiver, não vai ser mais o meu namorado. Não vai ser mais o meu amigo e não vai ser mais o MEU amor.

E todos falam a frase idiota do “vai passar”. Mas eu não quero. Eu não quero que isso passe. Eu quero poder te amar hoje e sempre. “Eu não quero saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim”.

E eu choro até dormir, choro quando passo na frente do shopping, choro quando abro meu computador e as suas fotos estão ali. Choro quando meu celular não toca de noite, ou quando não apita avisando mensagem. Eu choro quando vou no banheiro do serviço. Choro quando vou jantar. Choro ainda mais quando chega sexta-feira. Choro quando mandei lavar o carro e achei aquela bexiga de coração que você roubou na pizzaria, no dia dos namorados. E choro porque eu tenho medo de um dia não lembrar da sua voz.

Me dá um nó na garganta, e uma sensação de ter engolido toda a dor do mundo pela boca. E não conseguir vomitar toda essa ânsia. Odeio as pessoas que riem, odeio as pessoas que saem aos sábados para se divertirem, odeio pensar que você nunca mais estará aqui e odeio pensar que fui eu quem escolheu tudo isso.

Eu tento calar a voz que vem dentro de mim e que diz o contrário, e me culpo mais um pouco por tudo que fiz e que não fiz e que poderia ter feito. Imploro por mais um beijo, por mais um abraço, por mais um sorriso e só por um milímetro do teu corpo. Rezo por uma máquina do tempo que me leve de volta ao dia em que te vi pela primeira vez e então viver cada segundo em “slow motion”, com a tecla “pause” e repetir mais cinco vezes cada dia, e repetir mais cinco mil vezes eu te amo.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

11 mandamentos para uma mulher inteligente

1 - Manter todas as expectativas fundamentadas na realidade;
2 - Nunca esquecer suas prioridades ou o seu eu;
3 - Não se dedicar a um homem mais do que ele se dedica a você;
4 - Não esperar por um homem mais tempo do que ele espera por você;
5 - Não passar mais tempo analisando os problemas de um homem do que você passa tentando compreender os seus;
6 - Não transformar um homem mortal no próprio Deus;
7 - Não cobiçar a vida de sua vizinha;
8 - Julgar todos os homem pela consistência de suas ações, e não por suas palavras;
9 - Não tolerar nenhuma forma de abuso;
10 - Desenvolver seus próprios talentos, seu próprio potencial e sua própria independência;
11 - Ser justa com os homens de sua vida e esperar justiça em troca.

("O que toda mulher inteligente deve saber" - Steven Carte & Julia Sokol)

domingo, 3 de maio de 2009

Republicando...

galera...
republiquei todos os meus textos, ou quase todos, do Christabel (meu antigo blog), com medo que a globo fique llouca e tire tudo do ar. Assim tenho aqui o registro do que já se passou..
Até.

2008

Do dia em que seremos felizes


Sinto frio nos pés. E o estômago revira. Sinto vontade de abrir a porta do escritório. Colocar os óculos escuros. Ligar o discman. Passar pela recepção. Não cumprimentar ninguém. E andar pelos próximos quarteirões sem saber para onde vou. Olhar o céu com aquele tom acinzentado de Ray-ban. Sentir o cabelo balançar conforme o vento. Assistir o balançar dos pés, um de frente ao outro. Me perder na confusão de minhas idéias. Me fundir com as letras das músicas que gritam nos meus ouvidos. Acreditar que eu sou uma nota. Dessa que sai bailando pelo ar e encontra outros ouvidos. Talvez, se fosse uma folha. Ou se fosse um pensamento. Este meu pensamento, que não sai da faixa número um. Fica ali repetindo as mesmas sílabas, as mesmas letras, as mesmas palavras, frases e desejos. Fico aqui reformulando o que deveria ter dito, ou não dito. O que poderia ter feito ou não feito. Como eu poderia voltar no tempo, ou avançá-lo para frente. Queria implorar para o cosmo: volta.

O sol me compreende e organiza um espetáculo à parte, para que meus olhos observem o ínfimo de mim. Um arco de luz envolve a bola quente chamada sol, e eu escolho me cegar à sua luz. Melhor cegar do que enxergar o que não suporto ver. E ando. Caminho. Canto. Rezo. Choro. Vomito. Leio. Penso. Ouço. Sinto. Sonho. Morro.

Um pouquinho por dia. Desde o dia que não te senti mais aqui. Um milímetro por segundo de mim se esvai neste ralo de vida. E eu penso que não sou nada. Que por mais que pense que sei tudo. Ou quase. Ou metade. Um terço. Um milímetro e meio não sou mais. Sou cinco quilos a menos. Sou olheiras. Sou enjôo. Sou incompreensão. Sou tristeza. Sou sua.

E vou morrendo um pouquinho por dia. Até não ser mais. Ou até ser demais. Não sei. E pé ante pé, penso. Não sei mesmo. Do que é feita a terra? E quem era deus mesmo? Música errada. Faixa número dois. Silencio o grito. Sufoco o vômito. Procuro o mapa. Aquele mesmo mapa que me mostrará onde foi que eu te perdi. Em que encruzilhada escolhi o caminho oposto? Em que discurso escolhi as palavras tortas? Em que trecho desse livro pulei o parágrafo certo?

Seria melhor realmente sair do escritório. Apagar essa consciência de vida. Ser nada. Ser eu. Ser nem sei quem. E, ainda, seria melhor ainda correr. Para afastar os fantasmas de um passado feio que me espanta. E correr para um futuro com o qual sonho todos os dias. E o dia em que seremos felizes? Eu espero. Faixa certa. Número três. Poprockdediscman.

Vou sentar naquela cadeira de metal com linhas de plástico, que ficam na frente das casas de avós. Abrir uma lata de refrigerante e me contentar em olhar a vida passar. As pessoas passarem. Os quilos passarem. Os anos passarem. E a minha solidão se conformar.

Se é que solidão se conforma. Solidão se acomoda. Se acorda um dia, olha no espelho. Escova os dentes. Vai trabalhar. Volta pra casa. Assiste novela das oito. Dorme. Sonha com a vida que gostaria de ter. E acorda de novo. E eu pediria nos sonhos: volta! E eu pediria em cada dia: segunda chance.

2008

Foi quando encontrei em ti o brilho que não via mais em mim
Quando achei estrelas num céu que há tanto estava escuro
Jurei para mim: é a última tentativa
E me apoiei nisso
Braço com braço
Perna ante perna
E será assim
Trarei estrelas, trarei o céu, e a lua
Para contemplar o amor que sinto por você
Para fazer sorrir o brilho dos teus olhos
E para arrancar de ti o mais belo sorriso
Para fazer de ti: o meu homem
E escolher um caminho de rosas
Perfumado, belo e com poucos espinhos
Eu e você
Para descrever a singeleza de um entrelaçar de dedos
Pele com pele, suor com suor
Minha mão com a sua
E um abraço forte
Por ti direi as belas palavras
Escreverei os mais belos poemas
Por ti... sorrirei todas as manhãs
Pois tu és o motivo de meus dias
O sorriso de meus lábios
O tema de meus pensamentos
A beleza dos meus sonhos
E a esperança do meu futuro
“Não consigo parar de te olhar”
“E não sei viver se for longe de você”

2008

tic-tac

só posso escrever poemas
para fugir da dor
escolho as palavras para dar vida
ao que já não sou

e o que já fui
atirem aos ventos
já não posso mais
escolhi a dor

prefiro pensar
e negar o que sinto
melhor ter a cabeça
do que um coração

o coração pára
a mente não
a felicidade passa
a dor não

quem é você?
e quem sou eu?
quem é deus?
e quem manda aqui?

respondo em silêncio
e finjo não ouvir

2008

E sinto que vou te perdendo de pouquinho em pouquinho
De hora em hora
De foto em foto
E vejo me escorrer pelos dedos o que achei que era pra sempre.
E ir com o vento os sonhos que fiz por nós.
Outra vez...
Acho que acreditei em vão.
E assim, de em dia, você se vai...
E eu tento me convencer de que ainda consigo lutar.
E te fazer voltar
Tudo como era ...
há alguns meses atrás...


te amo

2007

Eu sabia desde a primeira vez que vi aqueles olhos: iria durar por muito tempo. E não seria o muito tempo do “felizes para sempre”, nem o muito tempo dos casais de velhinhos na porta das casas, seria o muito tempo daquilo que não seria nunca.

Não porque ele era um cara super inteligente e hiper descolado, ou porque mandava flores, falava poemas, cantava bonito, nada disso...era só porque eu tinha decidido que não queria ficar com ninguém, mas quando olhei lá dentro, vi que era ele mesmo. Não o cara pra ficar até morrer, ou morrer até ficar... mas o cara que eu nunca iria ficar até morrer. Bem complexo assim.

Complexo como o que eu senti, complexo como o que eu sinto e como nós somos quando estamos juntos. E ai, eu sei que eu não quero estar com ele até morrer, porque afinal, ele num é um cara super príncipe encantado e não tem cavalo branco e tem um péssimo gosto musical. E na verdade, tudo isso não importa, porque o maior problema é que ele não soube que iríamos durar por muito tempo quando olhou nos meus olhos. E então eu disse: “parece que eu te conheço faz tanto tempo”.

E dói.
Não dor de amor, pra rimar com flor. Dor de saber que podia ser aquilo que eu esperava que fosse ser, mas que não vai ser. Dor de tentar dizer que não é pra ser e não conseguir entender. Dói de doer os ossos da mão, de tanto segurar com força, pra não deixar escapar.

E escapa, né? Nada é da gente, e nada é pra sempre e acaba, sabe? E dói, dói. Dói de saber que é que nem quebra cabeça de 100 peças...que tudo se encaixa e fica bonito no fim, mas só tem um pra tentar fazer tudo ficar bonito. E penso que acho que estou cansada de segurar, de encaixar, de amar, de gostar, de me preocupar e de não conseguir ignorar tudo que dói.

Mas, né! Dói, ué! Fazer o quê...Dói porque eu gosto...E porque ele não gosta. E fica um sim e um não. E eu quero transformar sim em não e não em sim, e são palavras tão diferentes, e tão difíceis de combinar. Que não combinam, verde com laranja no inverno. E eu me pergunto se Julho não passa logo...

Ah! Eu soube que iria durar por muito tempo...

2007

Julho de 2007





Enfrento um rio de pedras pra me afogar
De novo em vão
Em gotas de sal das lágrimas que amargam
Uma outra estação.
Nunca é a mesma chuva que cai.

Esperarei por Julho
Quando as folhas começarem a cair
Eu sei é um mês que não volta mais
E eu prefiro continuar só.

Eu me apóio em meus amigos
Porque só eles para entender
O que eu já nem sei explicar
E o orvalho é uma gota
Hoje uma amanhã outra
Você fere a minha pele
Com uma lei desconhecida
Com palavras e sem rimas

Talvez eu feneça em minhas memórias...
tão brancas e frias quanto a neve de Julho.

Eu sinto falta de Julho
E acho que deveria esperar Janeiro
Quando as flores começarem a nascer
E eu vou esquecer você.

E eu vou esquecer você
Em Julho eu vou te esquecer,...

Julho.

2007

Ela tinha resolvido mudar os móveis do quarto, jogar tudo que não fosse útil e tudo que lembrasse o passado no lixo. Crente, que isso seria o suficiente para fazer circular boas energias e, principalmente, tirá-lo da cabeça e do coração.

Em vão.

Parecia que tudo só tinha servido para mostrar que ele era muito mais importante do que ela acreditava, e agora cada virar de esquina era uma lágrima. De modo que ela não havia sido boa o suficiente nem para esquecer, nem para estar com ele naquele momento.

O que haveria de errado?

A hora era errada. E os móveis... já haviam sido trocados de lugar... e agora era tarde demais. Ele permaneceria lá dentro, e ela, querendo sair...



"Ninguém é homem o bastante para me liquidar
Nem humano suficiente para me visitar" (Violins)

2007

Ela olha os minutos embaralharem no canto superior direito do celular, enquanto relê as sms que ele mandou. Mandou no pretérito perfeito do indicativo, já fazia tempo. E as coisas não eram mais como há 2 meses. Ela acreditava que o pensamento era capaz de mover montanhas, e que pensar nele bastava para que isso os mantivesse juntos. Afinal, a distância física não é nada perto da proximidade do sentimento.

Mas ele não devia pensar assim, apesar de ela estar disposta a enfrentar o que fosse. Era tão difícil se interessar por alguém, que quando acontecia era digno de ser batalhado.

No fim, tudo acabava no mesmo, mais um jogando com os seus sentimentos como peças de Dama, manipulando, encavalando, comendo e descartando. Fim do jogo.

Antigiu o ápice do sentimento para atirar-se ao nada. Ele novamente.

E ela começava a considerar que o nada deveria ser uma boa opção, já que ele vivia dentro do maldito coração, algo de muito atrativo ele deveria ter. Uns braços grandes, uns cabelos bem grandes e uma coleção de cds do silverchair.

Acho que era hora de assumir de vez e casar-se com o Nada. Um belo final feliz.

2007

Um banco de jardim às quatroemeiadatarde. Um rapaz de seus dezoitoanos lê um livro. Um desses de capa colorida e centoeoitentapáginas.

Muitas pessoas ao redor, passam, transpassam, perpassam, aqui e acolá. Ele ali. O livro aqui.

Até um sem contar de horas. Ela chega. Atravessa a avenida, desvia da bicicleta, olha o relógio, olha para ele, ele sorri, ela...



Não!
Antes que o sr., sra., srta. Ou sei lá o que seja. Pense qualquer outra coisa eu querereria dizer que, eu, como narrador onisciente do presente conto, não faço a mínima idéia de quem seja a mencionada do pronome feminino singular, no último parágrafo. E lhe asseguro também, que nem meu personagem ( perfeitamente e claramente elaborado e personificado) a conhece.

Não, não é a segunda personagem principal, nem a protagonista, ou anti-herói, nem amiga,tia, mãe, irmã, vizinha, papagaia, ou o raio que o parta, ou, o raio que a parta. Muito menos o amor da vida do meu rapazinho querido.
Pois bem.

>

Vira-se para o lado, pára no ponto de Ônibus... E ele pensa, Eu nunca havia pensado como era óbvio saber que as objetivas indiretas utilizavam preposição e as objetivas diretas, não!

Então ele sorrira, e compreendera que a nota de gramática e a recuperação eram merecidas. E que, certamente, essa questão ele não erraria no vestibular. Que seria dali a doisdias.



Olha! Não me venha culpando. Mas é que eu preciso lhe mostrar a verdade das coisas. Não. Essa não será a questão que o fará passar no vestibular, nem a questão que não o fará passar no vestibular. Nem o tópico que irá dar branco e o fazer suar frio, ir até o banheiro, passar vinteminutos, olhar na cola por debaixo da blusa, ser pego pelo fiscal. Levado ao tribunal, ao júri, a cadeia. Conhecer um traficante japonês e morrer de Aids na Tunísia.

>

Era tão difícil entender gramática. Mais difícil ainda que a álgebra trigonométrica da rebimbota da parafuseta



Desculpe-me. Mas cabe dizer, que, sou narrador, entendo de escrever e não de cálculos e números e essas coisas de maluco. Não que meu personagem seja maluco! Tenha dó do rapazinho. Mas, não estou com a mínima vontade de me concentrar no que ele pensa para traduzir aqui. Tudo bem?

>

E então seria um sonho passar na faculdade de Engenharia Aeronáutica e passar os dias fazendo fórmulas, números e coisas impossíveis. Ele sonhava muito e sonhava demais.



E era essa a minha intenção, sabe? Mostrar a vocês o quanto é inútil ficar esperando as coisas. E sonhando com as coisas. Porque essa história de esperar e esperanças é que fodem com tudo.

Você ai esperando que o menino se apaixone se case, tenha filhos, seja feliz.

Que o menino se apaixone, não se case, não tenha filhos e tente suicídio aos trintaeseteanos por cause de um amor não correspondido.

Ou que acabe solteiro com trêscachorros, doisgatos e umperiquito, assistindo televisão e comendo CupNuddles.

E ele esperando passar em primeirolugar no ITA, ganhar rios de dinheiro, morar nos USA e ser tão famoso quanto o Bill Gates.

E, eu.. que controlo tudo isso ai que vocês esperam que aconteça...
Ah, eu nem quero não. Eu que escolho, eu programo...
E... eu quero que o menino ... morra! [há há há ¿ risada sarcástica mode on]
Nossa!
Te peguei!
Não, não... hoje não mato ninguém!
Nem o passarinho que, eu esqueci de te contar, cagou no ombro do rapazinho bem antes de eu começar a narrar essa história.

Hoje estou um narrador bonzinho. Mas sem saco pra historinhas de amor, castelinhos e princesinhas, tudo com inho... e LeTrA GrAnDe LeTrA pEqUeNa... só falta escrever S2 e cantar Emoponto.

Opa! Esqueci, obra literária pode usar referência contemporânea? Chama o Massaud lá...
Chega!

>

O sol já ia se pondo. E o rapazinho, eita! Esqueci... Pausai!



Esqueci de escolher o nome dele. Falta minha, foi mal! Ahn.. vejamos... Solvang? Não, nome de caixa de sapato não dá. Ahn... Giordano? É nome de desenhista de quadro de bichinho, soa legal.

>

O sol já ia se pondo. E Giordano sabia que era hora de voltar para casa. A mesma coisa sempre. O pai lendo jornal, a mãe fazendo a janta, os irmãos no chão da sala.

E ele no quarto. Os livros na cama, no chão, na escrivaninha. Por todo lado. Estudar. E tinha tanta coisa ainda para se ler



Puta que pariu! Gol da França! Não acredito que o Brasil vai perder de novo pra França! Não que eu goste de futebol, tanto que estou aqui te contando uma história toda bonitinha enquanto poderia estar assistindo os jogos da copa 2006. Mas não estou. E, também, acho que estou sendo inconveniente.
Ta bom, ta bom... juro jurado, que só interrompo agora no fim! Só fim, pra acabar mesmo, ta? Quietinho aqui.

>

Os livros do Machado, as teorias biológicas e as fórmulas físicas.

2007

Sessão Desabafos

Estrelando:

- Coração da Vivian
- Mente da Vivian
- Vivian
- Mão da Vivian
- Olhos da Vivian

Edição #1:

Coração da Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"O problema é o seguinte... Tem tanta gente morando aqui dentro que assim num dá! E tem espaço maior que o outro e tem muita gente querendo entrar. O negócio era fazer uma reforma agrária e tava tudo legal, num sabe? E outra que tem gente que já era pra ter saído e fica aqui, ocupando um espaço grande demais e nem produz mais nada, só ocupa espaço mesmo, a gente tudo dia vai lá mostra despejo e os desbocado continua lá! É por isso que esse mundo num vai pra frente. Tanta gente boa precisando de lugar e essa gente atrapalhando o nosso serviço, assim não dá mesmo!"


Edição #2:

A mente da Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"O problema é que tem muito problema, né minha gente! Esse coração que reclama todo dia, me deixa cada vez mais doida! E esses relógios então?Eu não dou conta disso tudo, não! Como que a gente faz? Ter que cuidar de todos os setores de funcionamento organizacional dessa empresa não é fácil! E a saúde? E a educação? Tudo eu? Ai o tal do espírito, o tal do lazer, e convenhamos, esse mala desse coração com a tal reforma agrária! Todo mundo sabe que isso nunca vai sair!"


Edição #3:

A Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"Desabafar? O quê? Ah, ta foda né. O negócio é que não tem negócio nenhum. Aí enche o saco..."


Edição #4:

A mão da Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"As pessoas podiam parar de subjugar as classes inferiores, escravidão já era! Eu aqui sem poder ter vontade própria, fazendo jornada que a constituição não permite não minha gente! Trabalho o dia todo! E quando penso que vou descansar, dar uma dormidinha, patroa manda a gente trabalhar de madrugada só por conta dessas crises de inspiração! É tudo doido, é tudo doido!"


Edição #5

Os olhos da Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"Eu queria reivindicar em cadeia nacional a necessidade da hora extra. O senhor veja só, eu aqui mal conseguindo me manter aberto e a patroa lá causando. Sem contar da necessidade de aumento salarial, é uma necessidade! O que nós, olhos, somos obrigados a ver não é de Deus não! Temos que receber por isso e muito bem, diga-se de passagem!"

2007

As letras...................................................As letras...................................................As letras
Ocas........................................................ Ocas........................................................ Ocas
Pululam.................................................... Pululam.................................................... Pululam
Verozmente.............................................. Verozmente.............................................. Verozmente
Goela acima............................................. Goela acima............................................. Goela acima
O-U-T-R-A................................................ A M-E-S-M-A............................................ Somente
V-E-Z....................................................... C-O-I-S-A..................................................Só mente
Outra vez................................................. A mesma coisa......................................... Só fala
Outravez..................................................amesmacoisa.............................................Falas...

2006

FALÁCIA

Do peito encalacrado
Ocas palavras pululam
E ferem
Com afiadas lâminas
Florais
Pétalas vermelhas
Beijos falsos
Do olhar sinuoso
Olhos mentem e ferem
Com adagas de sentidos
Impalpáveis.
Mais uma...
Do âmago sorrateiro
Expurgasuores, expurga...
Aquilo que já...
Falácia...
Mais um...
De meu peito oco
Cuspo letras goela acima
Mentira!
De meus olhos videntes
Choro a dor de não ver
O que foi
Mais um?
Mate o ocaso e mate o acaso
Soterre o passado e o
Casado.
Enterre o desejo, vocifere
O medo.
Construindo muros.
Pétalas batem nos ombros,
Rasgam as mangas
Ferem o peito
Quem é você?
E quem sou eu, agora?
Mãos, braços e abraços...
Falácias
Mentes...
Mentes comumente, como mente
Com a mente...
Só mente
Somente
Semente.
Sem plantar.
Enterras
Soterras
Me ferra
Pudera!
É assim.
Palavras pululam goela acima
Lembranças pululam goela abaixo
Dores pululam aqui acolá
Mais um
Mais dois
Mais três
Quatro?
O próximo, por favor!
Nem fale.

2006

Seria assim que eu descobriria que você ainda estava aqui.
Quando procurei encontrar o que não mais havia,
Em mim.
E dei a boca a um rapaz por ai,
Em tanto tempo eu nem percebi
Era você que ocupava o vácuo daqui
Tonta não vi, preenchido estava...
por quem um dia não quis
A pessoa que me fez amar
E daqui levou tudo
Pra não sobrar
E eu não poder ofertar
E matar um ou mais
E apanhar um ou dois
Apanhar de uma mais

2006

Minha primeira "utópica" letra de música....
escrita quando eu tinha 13 anos...
achei perdida em um arquivo antigo






A minha inspiração que por hora se esvai em milhares de pedaços,
Sem sentido sem razão, sem um despertar necessário, o meu ressuscitar
Abolido das palavras mortas sem sentido
O ver martirizado das pessoas sem razão,
A contrapartida de um jogo sem fim e sem meio,
A ponte... entre eu e você o desnecessário o retrógrado
Nosso ver corrompido pelas efêmeras passagens do mundo ao redor de si
De mim, de tudo e de qualquer um sem sentimento próprio
A atitude é bem recebida à qualquer reles mortal que atue no grande cenário do errado
Do mal feito ...pensado...atribuído
Errado
Desnecessário
Mal atribuído
Qual a real razão dos milhares de pedaços
Espalhados pelo chão esperando um salvador que irá se espelhar em mais um substituto
Da anti-razão da má influência
O que eu faço aqui ?
Sigo
Páro, prossigo no jogo sem meio e nem futuro...
O que eu faço então ?
Do meu jogo...meu jogo, meu jogo sem futuro
O meio... o jogo
O fim... o jogo
... continua....
o jogo

2006

Princesa das Geleiras






E então o príncipe encantado resolvera fazer uma longa estada nas geleiras no Norte. E talvez não voltasse nunca, congelaria por lá e alimentaria a fome dos cães brancos e ursos equilibristas.

E seria assim pra sempre, tudo sempre frio. E ela sem meias, esperando aquele que nunca iria voltar. Agora, com 44 anos, logo com 88, breve 176, óbvio tudo força do exagero incomensurável de quem encontra-se à beira da solteirisse eterna.

Vinte e dois carnavais, que logo seriam 23, vinteetrêscarnavais contornados em preto-e-branco. Um todo sem cor. E, de novo, era terça-feira e ela estava sozinha. E ela sabe que está sozinha e até pensa que nem seria bom não se estar sozinha, porque ai seria bom estar sozinha e não ter que dar satisfações e atenções. A única coisa boa de verdade era poder ser quem se quisesse ser, quando se quisesse ser. E nesta terça-feira ela era a tiazona, solteirona, sem meias, com pijamas pensando no prícipe encantado. E assim era bom.

Até porque príncipe encantado não existe, então, provavelmente ela não pensava em nada. E o nada é tão nada, como a "História sem Fim", sabe? N-A-D-A! E dessa vez nem havia guerreiros e cachorros voadores pra salvar Fantasia do assustador NADA!

O pior do estado em que ela se encontra é não estar em estado algum, é somente estar...esperando. Eternamente. Aquela espera. E logo seriam 176, óbvio. Porque todos sabem que os príncipes encantados morrem nas geleiras, e na verdade eles nem existem. Só porque ela queria o rapaz da novela das 6... o rapazinho dos filmes... ou aquele do sonho que ela sabe que existe mas nem sabe onde procurar. Mas até me arrisco a pensar que ultimamente ela considera até mesmo a possibilidade de apenas ter alguém para ligar naquele momento. Só pra dizer que sente falta, alguém pra ela escrever uma carta ou compor um poema.

E a única verdade maior é que roubaram sua capacidade de sentir estrelas e tudo tornou-se matéria e vento. Superficial e passageiro. Nada permanecia, e o que pretendia permanecer tornava-se indesejado.

Onde mesmo ela havia deixado o carinho e a afeição? Acho que perdeu por aí, no meio das dores e do serviço, do estudo e do "estou ocupada".

A vontade era de se trancar pra sempre num lugar onde não pudesse sair. Para manter-se isolada da civilização e da vontade de ter alguém.

A tia, solteirona, professora, gorda, chata, impaciente e triste por dentro. Era ela. Bem assim. A figura azul e crua, triste e fria. E o que seria civilidade afinal? O que seria... CONviver? Nem lembrava mais, fazia tanto tempo, que o tempo apagou essas lembranças.

E o fato é que tudo irrita, nada distrai, poucas alegram, e há um grande enorme vácuo no que se sente. E é tudo mecânico. Sem sentir.

2006

Tento abrir a janela novamente...
E eu me pergunto por que toda luz que tenta entrar é barrada
por algum efeito aquém de minha capacidade controladora
E nada de novo acontece
E o que acontece
Acaba
Tento abrir a janela...
E cadê a luz?
Queria abrir a janela
E ela nem abre...

2006

e eu me apego a você pra não me sentir tão só
seguro as solas dos sapatos
grudo na barra das calças
mordo os braços
e te uso pra sentir
que alguém se importa...

2006

Ele sabia que não ia dar certo, mas gostava de tentar até as últimas conseqüências. Trazer estrelas até o pé da montanha, e escondê-las em caixinhas de fósforos. Era sua única diversão, fazer o mágico parecer real. E para isso, gastava o pouco de suor que lhe restava. O pouco de sorriso, e o muito de vontade.
Sonhar, era mágico e apaixonante. Apaixonar-se pelo sonho e pelas estrelas.
Só para admiração egocentricamente própria, manter tudo em caixa de fósforos.
Fósforo. Montanha. Estrela. Sonho.
Glossário: Onírico.

2006

Só pra constar queria lhe falar
Que não é bem assim que as coisas vão ficar
Você ainda vai envelhecer e casar
E volta a reafirmar
Não é aqui que vai parar
Os filhos vão crescer e você vai morrer
E voÊ nem vai ver
Quando tudo escurecer e sua mãe chorar
Eu bem tentei avisar
Pra vocÊ nãos e matar
Que era assim que era pra ser
Você viver e então crescer
Só pra dizer,
Que não era assim que as coisas iam ser
E volto a reafirmar
Que tudo vai passar
E ainda dá pra caminhar
Mas só se você sair e vir aqui
Pra me provar
Que você vai melhorar
E até sorrir quando me ouvir
Dizer que vai casar
E tudo vai passar...

2006

Oi Coração!

Hoje eu queria ter um papo sério com você. São, exatamente, 03h07min da madrugada.. e você não quer deixar eu dormir. Fico aqui virando de um lado pro outro, essa dor de cabeça... e essa dor no peito.

Ahn?

Por que não deixa eu deitar a cabeça no travesseiro e simplesmente apagar? Sem lembranças, e principalmewnte, sem sonhos. É tão ruim, acordar no dia seguinte e ver que tudo não é.

Dói tanto o peito, eu só queria mesmo que você tivesse compaixão e deixasse de agir... só por umas semanas, deixar eu viver assim sem você e sem sentimento. Seria tão mais fácil.

E eu deveria ouvir os outros, ver um filme, ler um livro, sair de casa e rir dos e com os outros...mas não está fácil eu começo achando que tud é uma idiotice tão grande. Aqueles filmes longos com mocinhos e mocinhas, aqueles livros mais longos ainda e tudo acaba bem no final... é tão ilusório..E você vê... é tudo tão mentira, que ver tudo isso só me deixa mais triste.

Só queria saber porque esses caras da mídia nos enganam tanto. Queria saber o que ganham com isso. Amor...amor...tão inútil. O mocinho e amocinha se beijando e dizendo que se amam. Tão mentira! Só na novela das 8 mesmo, só lá mesmo. E no Romeu e Julieta. Só lá.

Eu nem acredito em mais nada, e a culpa é toda sua, viu? Sempre, sempre escolhendo os caminhos errados. Eu tenho tanto ódio de você às vezes. Tanto. Por me fazer sofrer... bem às 3 da madruga quando euu queria dormir.. e você faz eu me lembrar do sorriso dele. Daquele que nem quer saber de mim. Ai me engana com a esperança de outro que também nunca será.

E eu tento te ignorar, sabe? Tento te calar com essa cabeça aqui... que também dói. Mas...você é tão forte... e sempre mandou tanto em mim e eu fico tão perdida.. e aliás... há 1 ano e 7 meses me sinto assim perdida.. amando que nunca vai ser... de engano em ilusão. E nunca passa, e eu tento sublimar, mas NÃO consigo. NUNCA. Tanta saudades e tanta vontade de um abraço, de um beijo, um carinho e um eu te amo. Tanta. E parece que nunca vai existir mesmo. Tudo marketing da televisão e dessa nova novela das 8...tudo mentira... o tempo todo.

Dá pra fazer esse favor pra mim, então? Deixa eu dormir só um pouquinho, tá?
Obrigada...

Com carinho...

Vivian

2006

Grande bosta

A verdade é que você já não me importa
Eu não entendo
O que meu coração me diz quando eu te vejo
E talvez,
Tudo não passou de um mês
Dias que te senti tão perto
Sempre é assim, dou meu amanhã
Pra quem nem queria ser meu fim
Morro de amores
E renasço já sem cores
Mas nem sei se te queria aqui
Pra te acolher aqui no peito
Te sufocar com meu ar
Grande bosta
Eu nem queria te ver sorrir agora
E nem sinto saudades de seus braços
Só dos abraços
Meus enlaços
Minha dor
É, já se foi...
Grande bosta...
A verdade é que você...
Ainda me importa.

2006

Domingo, Julho 02, 2006

Estou farta de esperar
Estou farta de ter esperança
Farta de acreditar
De sonhar e sonhar
E nunca deixar de ser apenas sonho
E nunca se tornar real
Farta de imaginar
Farta de ver tudo dar errado
O tempo todo
Farta de não ter nada que esperava
Esperava e esperava
Esperança
Tristeza da alma...
Esperança acaba com a gente
Sonhar acaba com a gente
Construir castelos na areia
Muros de algodão
As princesas com sapatos de cristal
Tudo tão idiota!
Como novela das oito
E filme da sessão da tarde
Nada, nada disso existe.
E dói.. dói aqui no peito...
Dá vontade de sumir
E viver pra sempre debaixo das cobertas
E a cabeça no travesseiro.

2006

PARA QUANDO O PÔR-DO-SOL VIER...

Eram apenas tristes dias...a dor do abandono não construía tristezas, apenas ódio, desesperança e rancor profundo. Afinal, o que havia dado errado? Tudo se passou muito rápido, tão rápido que nem deu pra se somar as felicidades. O que restou foi o ódio, uma raiva que corroia e dava nojo, e culminava aos brados: ¿Homem não presta! Morram todos canalhas sem alma!¿.

A raiva dominava de tal forma os pensamentos que as coisas boas pareciam não existir...e se resumia a vida em longas tardes de músicas agressivas, curtas manhãs de brigas no colégio, intensos finais de semana de rebeldia e tristes noites de internet. Eis que, ELE surge...como um pequenino facho de luz, que faz o ódio parecer nulo e o rancor se transformar em esperança, ¿Ele é diferente! Há esperança!¿

E em pouco tempo ele havia se tornado o motivo dos sorrisos e da paz nos meus dias escuros, ao menos, alguém parecia se importar...Apesar de apenas contatos virtuais a presença parecia ser tão real, o bem que tudo isto fazia...era Inexplicável! Aos poucos, a amizade silenciosamente se transformava em amor...um amor simples, verdadeiro e esperançoso...

Tudo é muito perfeito até o momento que deixa de ser...¿tenho namorada¿ ... e, as trevas voltam para a pequena cabecinha sonhadora...sem fome e sem vontade de nada fazer...10 quilos se vão e uma anemia toma conta...Em apenas um mês... a tristeza se instaura, aí entra aquele verso daquela música: ¿Eu procurei em outros corpos encontrar você...¿

Assim surge um... que lembra muito mas, não...não é...E por mais que você o chame pelo outro nome...4 vezes que seja, sempre há um ¿Ei! Quem é esse tal? Esse não é meu nome!¿... E, não era mesmo, mas bem que poderia ser! Larga...
Arranjemos outro...

Olha! Aquele não parece? O.k. Então tentemos de novo... assim, apesar das trocas de nome (Apenas 2 vezes..), 1 ano e meio se passa... pesadamente eu sei.. sob duras constatações...Os dois não são o mesmo...¿Poxa, ele não diria isso! Não ele não faria isso...ele não é assim...¿

Até que algo explode... meu amigo, Eu te amo!!!!!
Bum!
O mundo vira... de ponta cabeça... é!

O dilema: meu amigo virtual X meu namorado de 1 ano e meio ?!?!
Como o destino é algo realmente bizarro...as coisas acontecem como se, era pra ser assim.. O amigo - ELE...chega...vem de longe...

E você por alguns instantes sente que poderia jogar tudo para o ar em nome de um sonho e de uma remota esperança...

Adeus namorado...

Olá sonho!!!! Em menos de 48 horas o conto de fadas havia sido construído...o príncipe...o castelo de sonhos...também chamado ¿show¿... Algo tão irreal e tão perfeito que fez todos os outros dias da insossa vida parecerem...ignóbeis, não seria?

Era aquilo que eu queria pra minha vida! Ele, filhinhos, uma casinha simples e de nada mais precisava... Tudo planejado...Ai sonhos! Eram tantos, e tão intensos e verdadeiros! Tão extremos que cegavam...

¿Ele é minha alma gêmea!!! E minha vida!¿
E... a primeira vez que digo ¿Eu te amo¿ ...
É...Amor mesmo...Amor...

Mas... a vida é podre...e como tudo nela...

TREVAS

Do que adiantou os poemas, os cartões, as fotos bonitas, as juras, a falsa perfeição, os súbitos interesses? Não, não era você a escolhida...

A sonhadora havia se deixado iludir novamente...ó coitadinha! Isso mesmo...vai lá...chora, não come, não saia de casa, grite e tome muitos remédios e de preferência... VË SE MORRE CRETINA!!!!!

A bobinha que acreditou ser amada...puf! Esqueceu do velho ditado...¿Homens não prestam... e Amor é ilusão...!¿ Judiação! Vai fenecer...
Que dó eu tenho dela...
Vai sofrer tanto ainda...vai chorar tanto! Afinal, ela largou tudo por um sonho, mas o sonho...decidiu largar dela...

Tsc tsc tsc...

Ai ai... Você deveria ter vergonha sabia? De mostrar esse seu rosto de infelicidade aos crédulos mortais...esta tua cara de tristeza e morbidez espanta e mata...mata... a si mesma... estúpida!

A podridão contamina! E, talvez... você não seja mesmo boa o bastante para o mundinho perfeito Dele.

Então, vamos lá desprezível sonhadora...continue correndo entre gigantes mortos em castelos no céu! Saia por aí...vague...e se desiluda novamente, e vê se não esquece da próxima, o mundo é injusto e a sua podridão, sua boba, contamina!

10/09/2003

=> O texto acabava aqui... Porém... até postar...

A estrada continua enfim...
Acho que algumas vezes do que nós precisamos não é de um facho de luz, mas sim, de toda a luz do sol ....
Então... que nasça o dia! Que venha o pôr-do-sol... que os dias se estendam... e que a vida continue... da forma como tiver que ser... Sem sombras de passados que poderiam ter sido e não foram... Sem imagens que perseguem...Sem arrependimentos e sem medo de ser feliz...
!!!MAKTUB!!!


- 30 de Junho de 2006.


E a luz do sol foi encontrada. Foi encontrada, e iluminou tanto que cegou. Cegou de loucura e obsessão por 1 ano e meio a cabeça da pobrezinha. A paixão, cega!

Cega de ciúmes e possessividade. E o quanto ela foi feliz, contentando-se apenas em gostar de alguém. O amor não retribuído nem fazia diferença... Se ele gostava ou não, nem importava tanto, ela acreditava que o amor dela seria o suficiente para bastar ambas as partes.

Se era verdade? Acho que não. Para ele era mais fácil manter amores diversos, com tantas outras por ai. Afinal, o que seria um compromisso?

E era possível tornar-se tão cego a ponto de enlouquecer e não ver as constatações reais? E como.

Tudo só passou quando as dores que não se viam eram tantas que, cansavam. Cansou-se. E do nada...

Em uma noite... alguém resolve se intrometer na conversa ao lado.. e ela sabia...¿se o curso dele mudar de prédio, meu namoro já era...¿.

Para quem já havia desacreditado em almas gêmeas e contos de fadas, o incrível conseguiu mostrar sua face mais surpreendente. Quanto mais se foge, mais se é perseguido.

Fim da cegueira. Início da Nova Era.

Nova Era... dominada de encontros e desencontros... por causa de 15 minutos! 15 minutos!!! E ele não foi meu... por 15 minutos. Por um dia... por um feriado... por um isso.

Encontros, desencontros, e parecia que algo fazia com que ela não esquecesse dele, o tempo todo. Até o súbito tomar de inteiro.

Eu tentei beija-lo à força!
E ele?
¿Não, eu nunca trairia minha namorada¿

E, por que diabos é muito mais legal gostar e morrer por alguém que já tem alguém?

Ela tentou. E disse uma, duas, três, por UM ANO E MEIO... ¿eu nunca mais falo com ele¿....

O telefone toca... é engano.. mas é ele! Sai correndo tromba.. com ele! Na rua... olha para o lado... é ele!

E o acaso... não deixa esquecer... por quê?

Esquecer alguém, usando outro alguém?

Muitos alguéns... um para cada noite. Sem tempo para laços ou esperanças...

Talvez, quem sabe um poeta, mais velho, romântico? Não... não é ele... é só uma tentativa frustrada de talvez.. mas não é.

Melhor, manter as coisas estáticas.. até o dia em que tudo suma do coração.

Um tempo....
Minha amiga, eu te amo.

O bum final. Quando uma amizade deixa de ser amizade, e se torna amor? Quando?

Nem bem sei... mas seria melhor tentar, do que pensar que se não tentou. Tudo tão arquitetonicamente perfeito, porém vazio. Ter-se as modelagens perfeitas, os seus desejos atendidos e não sentir o coração bater... é não viver.

Não se vive, então. Sem vida. Melhor morrer sozinha.
Me desculpa, dói aqui no peito. Dói tão no fundo, machucar quem se quer bem.. e quem é quase um irmão. Mas o coração não ama com Afrodite.

Melhor... manter-se distante, de tudo e de todos. E evitar machucar quem quer que seja... uma distância segura entre um e outro... entre masculino e feminino. Seria assim, até o dia em que o que não havia sido nunca... sumisse do peito.

Sumiu? Num dia ai...
¿Eu vi a foto... ele e ela... abraçados... na praia.. tão bonito. E deu uma dor no peito. Pensar que eu queria que tudo não fosse, para os dois, sabe? Eu nem sou monstra assim...deixa ser¿

Deixa ser...

E anda por aí.. pela rua... até que alguém te diga oi... te dê uma piscadinha.. e te adicione no messenger... te dê duas ou três indiretas.. te beije e te faça feliz... por 1 mês só...

Sabe por que né? Por que felicidade num é pra sempre...
Acaba loguinhu... que nem começa! Mais uma desilusão...

Não, não... sem ¿então, desilusão...¿ essa música já foi esquecida com a foto, lembra?

E também, perder mais tempo com alguém que nem sabe o que quer, pra quê? Prender os pés, as mãos... não! Prender pra ter q desatar mais tarde? Não, não. Se não quer... não quer. Vai então!

O negócio agora é entender, por que raios o rapazinho que não existe é tão intrigante. Aquele mesmo, que apareceu nem se lembra quando, e que era tão legal e insuportavelmente ... ahn... emo? E então...

Por que ele mexeu tanto com a ¿estabilidade¿ que existia antes? Por que antes alma gêmea era ilusão.. e com ele.. não era mais?

E, ah, claro... era claro que ele era a alma gêmea.. De outra.. como sempre... sempre...

Tudo é perfeito até o momento que deixa de ser.

Então... oh... quer saber?
Desencana.

E também, amor pra que não é mesmo? Coisa pouca... eu hein...
Deixa estar...
Vai passar...

Qualquer dia desses... aparece por aí.. sem nem esperar....

;)

2006

A estrada continua enfim...
Acho que algumas vezes do que nós precisamos não é de um facho de luz, mas sim, de toda a luz do sol ....
Então... que nasça o dia! Que venha o pôr-do-sol... que os dias se estendam... e que a vida continue... da forma como tiver que ser... Sem sombras de passados que poderiam ter sido e não foram... Sem imagens que perseguem...Sem arrependimentos e sem medo de ser feliz...
!!!MAKTUB!!!


- 30 de Junho de 2006.


E a luz do sol foi encontrada. Foi encontrada, e iluminou tanto que cegou. Cegou de loucura e obsessão por 1 ano e meio a cabeça da pobrezinha. A paixão, cega!

Cega de ciúmes e possessividade. E o quanto ela foi feliz, contentando-se apenas em gostar de alguém. O amor não retribuído nem fazia diferença... Se ele gostava ou não, nem importava tanto, ela acreditava que o amor dela seria o suficiente para bastar ambas as partes.

Se era verdade? Acho que não. Para ele era mais fácil manter amores diversos, com tantas outras por ai. Afinal, o que seria um compromisso?

E era possível tornar-se tão cego a ponto de enlouquecer e não ver as constatações reais? E como.

Tudo só passou quando as dores que não se viam eram tantas que, cansavam. Cansou-se. E do nada...

Em uma noite... alguém resolve se intrometer na conversa ao lado.. e ela sabia...¿se o curso dele mudar de prédio, meu namoro já era...¿.

Para quem já havia desacreditado em almas gêmeas e contos de fadas, o incrível conseguiu mostrar sua face mais surpreendente. Quanto mais se foge, mais se é perseguido.

Fim da cegueira. Início da Nova Era.

Nova Era... dominada de encontros e desencontros... por causa de 15 minutos! 15 minutos!!! E ele não foi meu... por 15 minutos. Por um dia... por um feriado... por um isso.

Encontros, desencontros, e parecia que algo fazia com que ela não esquecesse dele, o tempo todo. Até o súbito tomar de inteiro.

Eu tentei beija-lo à força!
E ele?
¿Não, eu nunca trairia minha namorada¿

E, por que diabos é muito mais legal gostar e morrer por alguém que já tem alguém?

Ela tentou. E disse uma, duas, três, por UM ANO E MEIO... ¿eu nunca mais falo com ele¿....

O telefone toca... é engano.. mas é ele! Sai correndo tromba.. com ele! Na rua... olha para o lado... é ele!

E o acaso... não deixa esquecer... por quê?

Esquecer alguém, usando outro alguém?

Muitos alguéns... um para cada noite. Sem tempo para laços ou esperanças...

Talvez, quem sabe um poeta, mais velho, romântico? Não... não é ele... é só uma tentativa frustrada de talvez.. mas não é.

Melhor, manter as coisas estáticas.. até o dia em que tudo suma do coração.

Um tempo....
Minha amiga, eu te amo.

O bum final. Quando uma amizade deixa de ser amizade, e se torna amor? Quando?

Nem bem sei... mas seria melhor tentar, do que pensar que se não tentou. Tudo tão arquitetonicamente perfeito, porém vazio. Ter-se as modelagens perfeitas, os seus desejos atendidos e não sentir o coração bater... é não viver.

Não se vive, então. Sem vida. Melhor morrer sozinha.
Me desculpa, dói aqui no peito. Dói tão no fundo, machucar quem se quer bem.. e quem é quase um irmão. Mas o coração não ama com Afrodite.

Melhor... manter-se distante, de tudo e de todos. E evitar machucar quem quer que seja... uma distância segura entre um e outro... entre masculino e feminino. Seria assim, até o dia em que o que não havia sido nunca... sumisse do peito.

Sumiu? Num dia ai...
¿Eu vi a foto... ele e ela... abraçados... na praia.. tão bonito. E deu uma dor no peito. Pensar que eu queria que tudo não fosse, para os dois, sabe? Eu nem sou monstra assim...deixa ser¿

Deixa ser...

E anda por aí.. pela rua... até que alguém te diga oi... te dê uma piscadinha.. e te adicione no messenger... te dê duas ou três indiretas.. te beije e te faça feliz... por 1 mês só...

Sabe por que né? Por que felicidade num é pra sempre...
Acaba loguinhu... que nem começa! Mais uma desilusão...

Não, não... sem ¿então, desilusão...¿ essa música já foi esquecida com a foto, lembra?

E também, perder mais tempo com alguém que nem sabe o que quer, pra quê? Prender os pés, as mãos... não! Prender pra ter q desatar mais tarde? Não, não. Se não quer... não quer. Vai então!

O negócio agora é entender, por que raios o rapazinho que não existe é tão intrigante. Aquele mesmo, que apareceu nem se lembra quando, e que era tão legal e insuportavelmente ... ahn... emo? E então...

Por que ele mexeu tanto com a ¿estabilidade¿ que existia antes? Por que antes alma gêmea era ilusão.. e com ele.. não era mais?

E, ah, claro... era claro que ele era a alma gêmea.. De outra.. como sempre... sempre...

Tudo é perfeito até o momento que deixa de ser.

Então... oh... quer saber?
Desencana.

E também, amor pra que não é mesmo? Coisa pouca... eu hein...
Deixa estar...
Vai passar...

Qualquer dia desses... aparece por aí.. sem nem esperar....

;)

2006

Só hoje...
eu queria sumir...
Apagar minha existência do mapa
E recomeçar em outro lugar
Só hoje...
eu queria apagar minha memória
E esquecer tudo que já vivi
Só por hoje...
Queria fechar a porta e as janelas
Me encontrar no escuro
E não ter no que pensar
Mas só hoje mesmo
Queria mudar de nome
Mudar de casa
Mudar a voz.
Ser ninguém, ser nada.
Não estar aqui
E em nenhum outro lugar...
Só hoje...
só hoje...

2006

Hoje eu chorei com a moto do vizinho

Se a Tati Bernardi pode chorar com o caminhão de gás, eu posso chorar com o ronco da moto do vizinho.

E também, posso chorar quando chega oito e meia e meu celular não toca... ou quando é quinta a noite e eu estou sozinha...ou quando toca a campainha e não era pra mim...

Se eu posso chorar por estar sozinha, eu posso ficar triste por passar na rua 8... e ficar mais triste ainda quando escuto Iron Maiden. Posso ouvir alguns cd's e ainda pensar, ele iria gostar dessa música...

Se eu posso pensar no que ele iria gostar, eu também posso sentir falta do melhor abraço que já recebi, do olhar mais profundo e das piadas mais engraçadas que já ouvi...

Acho, que se posso sentir falta de um abraço, posso me sentir no direito de dizer que "vai ser difícil sem você...porque você está comigo o tempo todo". E ainda, não sei...só sei que falta um pedacinho aqui dentro, bem lá dentro que fica doendo toda vez que alguma moto passa do lado do carro... e toda vez que eu lembro do seu som.

É, a Tati está certa... gostar dói. E dói bem aqui.

2006

Por que eu vim?





Hoje eu descobri, que eu vim ao mundo...

Só para poder olhar o céu e ver balões, e o sol logo atrás...

Com isso, comecei a pensar, e cheguei à conclusão que talvez eu tenha vindo para ser derrubada e levantar muito mais forte.

Para errar e errar cada dia mais, e ter o prazer de arrumar tudo, errinho por errinho, um a um.

Para ter vontade de morrer, sumir e fugir, só pelo prazer de voltar mais viva, aparente e com força.

Olhando ao meu redor, eu descubro que eu vim só para poder achar graça nas coisas mais idiotas da vida, como uma joaninha ou uma folha.

Eu vim, só para ter o prazer de sentir uma gota de chuva, o sabor do açúcar e a maciez de um travesseiro.

E então, sentar na grama, sentir o cheiro de terra molhada e olhar para um céu estrelado.

Ouvir as ondas do mar as melodias de um violão, de uma guitarra e uma voz, pegar areia nas mãos, tentar enxergar através da neblina e parar na vidraça gigantesca da secretaria e ficar olhando o sol ir subindo lentamente até as oito da manhã.

Eu vim, para dar um abraço forte nos meus pais, um ombro amigo para meus irmãos e uma força para as pessoas que aparecem na minha vida ofertando-me um sorriso.

Eu estou aqui, nesse mundo, para chorar e sofrer e aprender que tudo isso é passageiro e que tudo depende de um ponto de vista.

E que tudo depende de paz, serenidade e bons pensamentos.

Eu só estou aqui, porque seria injustiça demais me privarem de um mundo tão lindo e tão corriqueiramente sublime como este.

2006

Hoje eu quis te ligar..

Pra perguntar como você está
Como foi o serviço
Se as coisas estão bem
Se o filhinho do seu amigo já nasceu
Se o seu outro amigo está melhor
Só pra saber se hoje você está menos cansado
Ou pra perguntar se o pulso voltou no lugar
Queria te ligar só pra ouvir a tua voz
E implicar com o teu sotaque
E rir das suas piadas sem graça
Na verdade, talvez queria te ligar
Só pra sentir um pouquinho do seu calor
Porque anda tão frio por aqui...
É, eu queria te ligar...
Nem que fosse pra você desligar na minha cara
E rir de mim depois, mas eu queria te ligar.
Mas, talvez não ligue...
De medo... medo de tudo um pouco.
Medo de não ser mais o mesmo.
Medo de não ser mais como era
E eu não ter liberdade de te ligar
Só pra dizer que eu gosto de ouvir a sua voz.

2006

Ow... escuta aqui!


Ela percorria todos os dias os mesmos locais, andava sorrateiramente sobre os mesmos paralelepípedos da calçada. E tentava nunca olhar para as pessoas que passavam na rua. Olhar para os lados poderia ser perigoso.
E o quê a espreitava mais ali adiante?
Talvez, só o seu medo de seguir em frente e manter a cabeça reta. Só havia medo!

Ô menina, escuta aqui...
Dá pra olhar por onde anda, por favor?
É, tira esse cabelo ai da cara...
Ta escutando? Se tá escutando, por que não faz?
Burrice!

Medo... na verdade... tem medo? Medo de ver as coisas darem certo. Ou, medo de ver as coisas NÃO darem certo. O futuro é incerto, não é? Totalmente, incontrolável. E isso, é desesperador. Mas chorar de medo também não adianta.

Hã, medo! Sentimentinho baixo, vil e bundão! Bundão! Grande assim, bem assim mesmo. Vai sentir medo de ser feliz, é ser burra mesmo! Procurar chifre em cabeça de cavalo, só falta procurar fidelidade em atitude de homem. Burra!

Ô menina, se conforma...
Sinceridade, não existe. Não.
E nunca existirá.
Sinceridade é que nem felicidade, é que nem beleza, é que nem amor.
Cada um tem o seu. Cada um vê do lado que quer.

Mas, nem me venha falar de sinceridade, honestidade e altruísmo. Estava falando mesmo, das pedrinhas que ela vive olhando no chão. Prefere olhar as pedras do que transpô-las. É mais fácil assistir, do que agir. É mais fácil desistir do que tentar.

Não é?
E quanto custa tentar?
Se o toda a batalha é feita de dores... se é pra sofrer, que sofra tentando.
Se é pra morrer, como o fluxo natural das coisas, que morra fazendo.
Se é pra ter medo, que tema amando.

Ouviu?
Tenta né... fazer o que ...
Quem sabe...
Tudo sempre vai ser igual...

"Nada será como antes... tudo será sempre o mesmo..." (V.G.M.)

2006

Bom dia Senhora Vazia!


Gostaria de saber, como se sente hoje?

Soube que o coração lhe dói demais ultimamente, na certa, é um reflexo dos eventos ocorridos no ano anterior.
Eu sei que a senhora vem sufocando há tempos um sopro dentro de seu peito. E, de certo, deve ter descoberto que sufocar o que a sufoca não leva a nada... hora ou outra o sopro sai do peito em forma de berro. E o que sobra aí dentro não é nem mais vento ou ar, é nada! Não é mesmo Sra. Vaziez?

Creio eu, que agora descobriu que lidar com o nada é muito mais complexo do que se lidar com o tudo. Começar de onde todas as coisas nascem, não é como brincar com pedras na rua, é como empinar pipas entre postes elétricos.

Talvez, ainda pior do que lidar com o nada, seja lidar com essa culpa que, eu sei, vem a corroendo o peito. Culpar-se não por sua dor, mas pela dor alheia. Matar ¿ quando se tem consciência ¿ dói mais do que morrer.

Não adianta amontoar as dores no peito e forçar o enfarto, morrer não apaga a culpa. Neste caso, só a compreensão serviria de borracha. Compreenda, pois, minha cara Vazia... há coisas que devem ser compreendidas, digeridas e enterradas. Águas passadas não movem moinhos, não é?

E talvez, seja a hora de pensar nos erros e perdoar a si mesma, e colocar tudo terra abaixo, para que germinem novas sementes, flores e frutos.

Mas, entretanto, este não seria um assunto agradável para se tratar logo que o sol nasce e o estômago ronca. Gostaria, na verdade, de desejar-lhe um bom dia, uma boa semana, um bom mês, ano e ...enfim.... lembrá-la que apesar da escuridão de suas veias, o sol ainda pode dourar teu corpo, mas, isso não acontece se você não sair de casa e não doar suas formas ao ar e à natureza e encher seu peito de força bruta.

Pois como disse certa vez um livro, o que importa não é a partida nem a chegada, mas a travessia. E a travessia Sra. Oca, não é nada fácil, mas sem dúvidas é a mais intrigante.

Colocar os sapatos e começar a caminhar foi o que me disse uma vez, lembra-se? E ao invés de caminhar em estrada longa, optou pela esteira imóvel. Remoer sentimentos é como uma lagarta não aceitar que se tornou borboleta.

Pois bem, é apenas um conselho... de quem quer bem.

Se cuide...
E vá viver!
Melhoras...

Razão.

2006

Caixa vazia

Centro da cidade. Meia noite e vinte e seis. Um pequeno bar. Mesa à direita. Ela balançava, freneticamente, as pernas, e olhava incansável para todos os lados, procurava algo para agarrar-se.

Naquele momento, sentia-se como uma náufraga em meio a um grande oceano, cansada de nadar, sem bóias para se apoiar, e sem saber para que lado gritar.

Era um vazio interno, a cabeça e o coração, e neste instante, ela procurava algo que pudesse suprir algo tão grande que ela não tinha.

As mesas ao lado, cheias de pessoas sorrindo, tantas pessoas e a cadeira ao seu lado vazia. Como tudo ultimamente. Não que ela não tivesse amigos, ou família, mas é que, naquele momento, nada seria capaz de preencher a confusão de suas idéias.

Ela procurava alguém para repartir as indecisões, as dúvidas e as tristezas, então, olhava para todos os lados. Ele pode ser o próximo rapaz que vai entrar pela porta...e se o guardanapo cair, ela se abaixar, ele passar, ela não não ver, e o homem que ela esperava passa desapercebido? Disso, ela tinha medo. De deixar as oportunidades escaparem, e também, como saber qual é a oportunidade certa?

O velho de trás do balcão do bar a olhava, o jovem na mesa de sinuca a observava, o rapaz da mesa ao lado sorria incessantemente para ela. E ela...sabia que poderia ter todos eles, e até mesmo o homem que acabara de sair do banheiro, talvez até, o garoto que beijava a namorada no canto esquerdo do bar. Ela poderia ter quem quisesse, mas, não queria ninguém.

Tanta gente ali, naquele momento, mas ninguém capaz de despertar seu desejo, seu interesse ou sua simpatia.

Era começo do ano, e sua vida mudara tanto em tão pouco e tão curto tempo, que não havia rumo, e ela não sabia nem mais do que gostava. Se preferia a cor preta, a roxa ou a cor-de-rosa, se gostava de chocolate ou limão, e como tomar decisões quando nem se sabe do que se gosta, quando nem se sabe quem é?

Pensou em levantar-se ir ao banheiro e perguntar ao espelho: Quem é você?

E por que ela tinha que responder isso agora? Ela tentou durante anos soterrar seus desejos frustrados, em sucessos banais, e ai? Do que adiantou? Eles continuam batendo na porta todo final do dia.

A rotina mata os nossos sonhos, e ela tinha medo de acabar com todos eles de uma vez por todas, afogá-los num emprego monótono, num salário baixo, num relacionamento sem paixão e em muitas outras noites de bar, mesa, pessoas olhando e coração vazio.

Ela lutou tanto por tudo que quis, e acaba apulhada por algo aquém de suas mãos. O vestibular, a faculdade, o dinheiro...parecia que o destino, vagarosamente, a levava para o caminho oposto. Ela tentava nadar contra as correntezas, mas era tão difícil...

A formatura era na semana que vem, e o que seria desse ano? Tudo que ela sempre quis, caiu por terra. E agora, o que Lea queria mesmo? Estava tudo tão confuso.

O menino da mesa de sinuca levantou-se, chegou em frente dela. O rapaz da mesa ao lado perdeu o sorriso, e o velho do bar parou de olhar. Ela já previa o que ele iria falar, ela levantaria, jogaria uma ou duas partidas, conversaria com ele, se surpreenderia com a idade mínima do garoto, o beijaria, diria duas ou três palavras de carinha. Trocariam os telefones, iria para casa, e nunca mais o veria.

E é assim, o ciclo dos corações vazios. Têm-se qualquer um, menos quem realmente se quer, e quem se quer, ainda não apareceu. E poderia não aparecer nunca.

Quem sabe, o garoto não seria sua bóia. ¿Joga uma partida?¿ Não. O mundo é previsível demais. Assim como as novelas da TV e os filmes americanos, mas na vida, o final não é tão feliz como nos contos.

Se ele, ao menos, tivesse perguntado o nome dela antes. Talvez ele fosse o cara certo. O melhor, é sempre fazer o oposto do que esperam que você faça, a surpresa é sempre o maior presente.

Então, ela pensava em fazer tudo ao contrário do que esperavam que ela fizesse, mas, no momento, ela nem sabia o que esperavam, quanto mais o oposto disso.

Tudo tão, tão disperso e confuso. Ela queria tanto entender porque o coração manda tanto em nossas cabeças, em nosso humor e em nossa vontade. E por mais que tentasse, não conseguia fazer o coração bater como batia há alguns anos. Sentir o frio na barriga, a mão suando, a ansiedade, a saudade.

Tudo se fora com a última desilusão, e parecia que não voltaria nunca mais.

Que carreira seguir? Que trabalho batalhar? De quem gostar?

Os ponteiros do relógio se mexiam cada vez mais rápido. As escolhas precisavam ser feitas.

¿Qual seu telefone? Preciso ir. Me liga. Tchau.¿

Viver o mesmo, da mesma forma em dias diferentes.

Quem é você?

2006

Então é ano novo, acúmulo de frustrações, complexos, tristezas de um ano todo.
Fogos gritam lá fora, e eu aqui dentro implorando por um grito no escuro dessa casa.
Olá, como você está? Eu por aqui, nesse nada.
Poucas horas pra lembrar, desse mesmo dia, que um dia foi tão feliz pra nós. Ou pra mim, só pra mim.

É um ano que se vai, e não ter a quem se quer é a esperança de agora.
Me desiludi, tanto com que amei. E sentir assim, a mão suando, o coração batendo, soa tão utópico quanto fazer notas encaixarem nesse refrão.
E é, tão pior, deitar a cabeça e não ter com que se sonhar

Feliz ano novo pra você, ou devo dizer pra mim. Saúde, paz e sorte, para alguém que não se quebra mais
De 6 em 6 espero outra vez começar como nunca foi igual. Não te digo eu te amo, sem tão juras, estrelas, falas. É um esforço que o tempo pede.

2006

Dezembro de 2005
Fazer faculdade é uma dessas experiências que a gente leva pra vida inteira. É algo que não vamos conseguir esquecer nunca e muito menos apagar as marcas que ela deixa em nós. Desde os aprendizados em sala de aula, e os aprendizados fora da sala.
O texto acima eu escrevi depois do primeiro dia de aula, as expectativas eram muitas, e ao ler eu fui lembrando de cada pouquinho que passei...

No primeiro ano, a minha vontade era acabar o quanto antes para que pudesse fazer uma faculdade que realmente gostasse, afinal, a impressão que eu tinha era que aquilo não passava de uma extensão do ensino médio, já que, as matérias eram muito semelhantes às que eu já estudava e conhecia, nem precisava de muito para conseguir tirar notas altas. Comecei na faculdade namorando, terminei solteiríssima. Mas o importante, foi que conheci uma pessoa muito especial lá dentro que continuaria a me acompanhar até os últimos segundos lá dentro, sem ela, eu não teria conseguido sem dúvidas, pra ver a importância é só ler o texto do primeiro dia, ter encontrado a Ly gótica foi um marco na minha vida.

No segundo ano, as matérias se tornaram mais interessantes, e as reviravoltas que a minha vida sofreria em 2003 tornariam esse ano, digamos, especial! Conheci pessoas novas, me soltei de velhos padrões, e cai de cabeça no metaaaaal! Entrei pra Mirror, e principalmente, dei o pontapé inicial no Festival Feminino. Descobri os encantos da Teoria e da Crítica Literária, e tive a oportunidade de ser aluna de uma das melhores professoras que aquela faculdade já teve, a Juliana ergueu aquele curso e o tornou um dos melhores da região.

No terceiro ano, a minha vontade de continuar no curso acabava a cada aula, as matérias voltadas exclusivamente para a licenciatura me deixavam cada vez mais desanimada, os estágios em escolas me irritavam e eu já estava certa de que não queria ser professora, definitivamente. Tentava passar o menor tempo possível em sala de aula, e o pátio se tornou um atrativo maior, ainda com a amizade que construímos com o pessoal de outros cursos, a época que o Rafa ainda estudava lá, e o violão havia virado material essencial para qualquer dia de faculdade. Apesar, de nesse ano estabelecer um vínculo maior com a faculdade quando promovemos o sarau poético com a faculdade e o centro literário, quando participei da semana de letras, desenvolvi projeto de iniciação científica, cantei à capela na recepção de calouros, me apresentei com 2 bandas no palquinho do pátio e ajudei a promover as ¿terças-culturais¿. Ainda, foi o ano que conheci a Marcela, quando juntaram as 2 turmas e construímos uma grande amizade.



No quarto, e último, ano, se a vontade já era pouca, saber que estava quase no fim a tornava cada vez menor. Ficar em sala de aula irritava, entristecia e enjoava. Ainda com o agravante dos cortes feitos no curso, quando nossa coordenadora foi demitida, e gostávamos tanto dela! Grande parte dos professores foram embora, as condições das classes caíram muito, ficar em uma sala minúscula no fim de um corredor menor ainda acabava com qualquer bom humor. De novo, o pátio ainda era a maior atração. Os estágios de regência se tornaram detestáveis, as minhas faltas aumentavam a cada dia, e eu não via a hora que acabassem as aulas, ao mesmo tempo que, não queria deixar os amigos que havia feito por lá.

O que vou levar da faculdade? Além das lições de orações subordinadas substantivas, e de anáforas, ou de parâmetros curriculares e projetos de aula, acho que o mais importante mesmo foi o que eu aprendi com meus colegas! O resto? Qualquer livro ensina...
No momento, estou muito triste por ver aquele prédio como não sendo mais meu prédio! O nosso cantinho perto dos arbustos... que, não vai ser mais o NOSSO cantinho.... As noites que não vão ter mais as risadas, a certeza de ter com que conversar e rir e contar, e enfim...
A saudade parece que vai ser cada vez maior...
E a cada dia que se aproxima do próximo ano, parece que a distância entre todos nós aumenta....
Vou sentir muita falta!
Deixo aqui, minha homenagem mais do que especial a todas as pessoas que estiveram presentes nesses curtos 4 anos:

Eliana, Marcela, Renata, Fernanda, Aline, Adriana, Riviz, Ana Maria, Rapha, Milles, Lau, Fabiana, "Amada", Camila, Marco Aurélio, Rose, Viviane, Carol, Natalia, Alexandre, Juliana, Nádia, Davi, tanta, tanta gente que esteve presente... eu poderia citar todos os nomes!
TODOS vocês são muito especiais! =)
=*
Obrigada por tudo!

2006

"Tudo é dor, e toda dor, vem do desejo de não sentirmos dor..."

Há uns 2 anos atrás, eu me lembro que estava lendo o blog do Renato, hoje extinto, e ele escreveu essa frase, que eu nem me toquei, no momento, que era da Legião Urbana, só sei que isso me tocou tão fundo. Durante muito tempo pensei nisso.

Pensar que a única certeza nossa nessa vida, além da morte, é a de que vamos sofrer. E pensar nisso pode ser tão desesperador... O que se tem na vida é a dor. Tem uma frase que eu nunca consigo me lembrar se é da Lya Luft ou da Clarice Lispector, mas ela diz algo assim: "As coisas estavam tão boas, que poderiam se tornar muito ruins a qualquer instante, pois tudo que amadurece plenamente tende a apodrecer".

Uma vez, na primeira aula de redação do primeiro colegial, prestes a completar 15 anos, a professora me perguntou: Do que você tem medo?
Medo? Da felicidade. Estar feliz é quase a mesma coisa que dizer que, logo, estaremos muito tristes. A idéia de poço e superfície. Quando se está no fundo do poço só podemos subir, enquanto se estamos na superfície, só temos a cair cada vez mais.

E na verdade, eu sempre fui de acreditar que o inferno é aqui, na própria terra. E felicidade? Só depois que se deixa essa vida. Até parece difícil, mas se pensar, o que vem a ser a tal felicidade plena, han? Eu nem sei do que se trata. Sentir-se plena e feliz em todos os segmentos da vida, relacionamento, família, emprego, carreira, estudos, amizades... acho que nunca.

E, por quê? Só a tristeza ensina. É sentindo na pele, chorando e tendo dor, que se aprende a não cometer os mesmo erros. E então, evitamos cometer os mesmos erros, para não sentirmos dor. Erramos para evitar que erremos mais tarde. E, repito, Tudo é dor, e toda dor, vem do desejo de não sentirmos dor.

2006

Coisas que você queria saber sobre feminismo, mas não tinha pra quem perguntar.


Antes que fale qualquer coisa do gênero, é bom que fique bem explícito:
Feminismo:do Lat. feminas. m., sistema que preconiza a igualdade de direitos entre a mulher e o homem;

Portanto, não me venha com a história de que feminismo é machismo ao contrário, ok?

Podemos prosseguir então, a verdade é que sempre me senti uma a ovelha negra do movimento Riot Grrrl. Acho que porque sou contra todo e qualquer tipo de extremismos, e afins. Não sou adepta de revoluções drásticas, rebeliões, queima de sutiãs e tudo mais.

Assumidamente, faço regimes, uso maquiagem, tiro a sobrancelha, uso sainha, combino cores, um salto aqui ou ali, e tudo mais. Sempre me criticaram por isso, mas, eu do fundo meu coraçãozinho não acredito que as coisas conseguem ser mudadas com atitudes extremistas.

Acho que tudo no mundo vive em processo harmônico, lei da compensação, Lei de Lavoisier, Leis da física, Lei de ação e reação, uma ação minha acarreta em uma reação do próximo e assim por diante. Se eu der um soco em uma pessoa, não posso desejar receber um beijo em troca, o que eu faço eu recebo, e quase sempre, em dobro.

Para que, então, iria eu bater de frente com algo, se o que vou encontrar é só mais resistência? Eu penso que, o mundo está tão violento, que as pessoas não conseguem mais separar essas linhas de normalidade e brutalidade do comportamento humano, com a vida que a gente têm hoje em dia, putz, acordar e ver uma pessoa morta acaba sendo banalidade.

E agora, me dizem que eu deveria lutar contra padrões. E eu luto. No workshop sobre feminismo em Piracicaba, a Elisa nos pergunta, quem se considera feminista? Feminista nas ações mesmo, não na pose, mesmo nos pequenos detalhes. Eu parei um bom tempo pra pensar, e vi que eu não era como nenhuma daquelas meninas que estavam ali. Todas elas com suas namoradAs, usando roupas masculinas, gritando letras de harcore revoltadas, falando de união enquanto olhavam torto para mim e pro meu namorado. Se aquilo era ser feminista, eu definitivamente não sou. Nunca fiquei com outra garota, posso ter usado roupas masculinas, mas nunca com o intuito de realmente parecer masculina, já gritei letras de hardcore e hoje não acredito que apenas gritá-las seja suficiente, já falei em união sim, mas nunca olhei torto pra qualquer tipo de pessoa ou atitude.

Em compensação, nas poucas aulas que dou, falo para as meninas sobre conscientização e sobre não deixar o irmão mais velho, ou mais novo levar vantagens apenas por ser homem. Ensinei minha irmã a não se deixar submeter a qualquer atitude machista e principalmente a não ser submissa a irmão, pai ou namorado. Montei zines de auto-ajuda, que não tentavam modificar a massa e dizer coisas que todo mundo já está careca de dizer, mas tentava modificar a pessoa. E começar a considerar a menina como um produto do meio em que ela vive e a partir daí tentar modificar algo. Como chegar a uma menina de 14 ou 15 anos no pico da adolescência, com os hormônios a mil e falar para ela que tudo que ela gostou desde pequena não passa de um padrão para torná-la submissa à própria sociedade em que vive? Que as bonecas que ela brincava na infância eram estereótipos de beleza, que criavam na mente dela parâmetros de beleza associado a supremacia; ou que seu ídolo, seja quem for, por exemplo, a Sandy, era apenas um modelo de submissão para que ela se tornasse apenas mais uma, como dizer isso ?

Diretamente? Não! O choque é grande, e as raízes são muito mais profundas. Por isso eu prefiro acreditar que as melhores formas para se modificar algo nesse mundo é utilizar-se das mesmas ferramentas, partimos de algo em que ela acredita para mostrar algo que vai além do que ela já tenha visto.

Já chegaram a me dizer que os festivais que eu faço são apenas fachada, que eu me utilizo de roupagens feministas para atrair público e por fim, não faço mais do que política de pão e circo. E digo, que quem diz isso parte dos mesmos extremismos que mencionei lá em cima, exemplos básicos para compreensão de fatos:

1) Uma menina acostumada a passar horas na frente da televisão assistindo MTV, venerando bandas de países que ela nem sonha existirem, sabe por meio de um amigo, que soube por um amigo, que viu algo em algum poste da cidade, que haveria um festival de rock em algum lugar. Ela vai até lá e vê rapazes tocando, e junto deles garotas, meninas da sua idade, ou mais velhas, ou mais novas, em cima do palco, tocando guitarra, cantando, então ela percebe que ela também poderia fazer isso, e por que não?

2) Uma menina inconformada com a forma que o pai trata a mãe ou a ela mesma, sai em um final de semana com seus amigos para curtir um festival de rock e acaba recebendo um zine, ouvindo alguém no palco falar, e percebendo a movimentação de garotas, se dá conta que o que acontece em sua casa, é o mesmo que ocorre em todas as casas, e resolve se unir ao movimento em geral e fazer a sua parte.

3) Essa é a sua história...

A minha história? Eu descobri que algo estava errado somente quando eu tomei o meu primeiro pé-na-bunda daqueles bem doloridos. Somado a isso, algum amigo me mostrou uma fita de uma banda revoltadinha, eu me identifiquei, e comecei a ver que as coisas eram maiores do que elas realmente são. E tentar acabar com tudo em um só, com um só grupo de garotas, com uma só bandeira, um música, é impossível!

O que eu posso fazer? É escrever um texto, para 2 ou 3 pessoas que talvez pensem sobre ou isso, ou talvez não. E dizer que pouco a pouco, eu tento fazer a minha parte.

2005

Do falso moralismo e da sociedade em que realmente se vive.


Não sei se sou só eu que acha assim, também deve ser porque sou meio paranóica, e adoro achar coisa onde não tem coisa alguma. Mas, eu, desde pequena, sempre achei que havia algo maior por trás de todas as coisas, não como uma pérola dentro de uma concha, não! Mas como algo que vai muito além dos olhos.Um submundo, que vive, que age muito além dos nossos olhos. E vai manipulando as almas assim de pouco em pouco...Posso até estar falando de um mundo espiritual, de vida após a morte e coisas que você assiste na novela nas seis...Ou até falando na Matrix, ou coisas de ficção científica, que você lê em livros, ou que vê na televisão e ouve no rádio.
Mas neste texto me restrinjo a falar das pequenas coisas. Será que o que você pensa é realmente o que você pensa, ou na verdade é o que os Outros querem que você pense? Será que os textos de revolta, as passeatas revolucionárias, os líderes esquerdistas são realmente contra o Poder? Será que você é você mesmo? Ou será que as músicas que você ouve são realmente o que você ouve? (lembrando do filme ¿Josie and the pussycats¿)
Eu, no show do Dead Fish, vários adolescentes de 11 a 17 anos pulando, cantando, se batendo e se matando enquanto o vocalista pergunta: "Vocês realmente vivem? Você acha que está vivo? Você tem um trabalho que te respeita? Uma escola digna? Um governo justo?..." e todos os adolescentes gritando desesperadamente!
Vive?
E a pergunta vai muito além disso! Será que o que o carinha da roupa super transada, da atitude super punk, das letras revoltosas e discurso inflamado, será que tudo isso é real? Será que a letra das músicas punks, as pixações nos muros, os textos underground, são todos eles reais? Ou são na verdade um veículo fabricado por alguma coisa que acontece muito mais embaixo da sua capacidade de compreensão e absorção de idéias, e tudo é criado para te dar a impressão de que você pensa, e de que existe vontade de mudança e pessoas inconformadas com as fórmulas de manipulação?
E se tudo na nossa vida for milimetricamente calculado para ser de um e não de todos?E se esse meu texto na verdade não for meu, e só algo que me induziram a pensar, já propositalmente, para algum fim maior do que eu posso comprender?
Já parou pra pensar nisso?
Eu já!

2005

Ela olhava as folhas pálidas do caderno, e tentava achar palavras que saíssem da grafite e manchassem as linhas, tomando formas de letras. Tentava achar palavras que descrevessem o que sentia quando seus olhos encontravam os dele.
Poetas!
Tão bonito olhar de poeta. Parece que advinham os anseios da alma com apenas um olhar.
E tanto que ela queria explicar o que era aquela vontade de sorrir, de elevar as extremidades da boca até os olhos e sentir os olhos brilharem.
Ele me causa isso...
Talvez não fosse a primeira vez que sentira isso, e provavelmente, não seria a última. Mas, no momento, parecia ser o pleno!
Queria descrever cada traço do rosto dele, e a sensação de ohar para trás e ele estar olhando. E o sorriso...
Aquele sorriso... Sorriso de poeta...
Somado a olhar de poeta...
Só pode ser paixão! Paixão por poesia...E era o que ela procurava agora...fazer poesia com as sensações que tem quando lembra dele. Mas, o certo é que ele faria uma poesia muito mais bonita...
Melhor ficar assim, sem escrever nada.
E manter tudo dentro da cabeça e dos sentidos, deixar intocado e único.
Como se fosse a primeira vez...

2005

E dá uma dor
De pensar que se machuca
Quem se gosta
Mas é tudo tão vão
Tão difícil acreditar em palavras
Palavras sempre longe
E acreditar em quÊ?
Queria acreditar em você...
Acreditar na integridade das pessoas
E te dizer 'sim'
E aceitar dividir a minha vida com a sua
Qual das suas vidas vou ter comigo?
Tão difícil confiar
Acreditar em palavras
De longe, que saem dos dedos
E me atingem o coração
E se eu dissesse que eu
Realmente me importo?
Que eu quero ficar com você?
Dor?
Pisaria emmeu coração e seria dúbio?
Duplo, e alguém e eu queria tanto
Conhecer melhor...

2005

Quarta-feira, Julho 13, 2005


SOMA

mais um ou dois comprimidos
E tudo estará bem daqui a pouco
Pessoas sorrindo
"O mundo quente, infinitamente acolhedor"
Fechar os olhos e
Agora todos estão felizes

E é mais fácil aceitar
Aceitar que a vida é mecânica
E segue como uma engrenagem sólida
Mias difícil é aceitar que ela é uma aula
Daquelas construtivistas

Como 50 minutos de uma aula de filosofia
E essa é a vida
Tão curta, tão imprvisível
E tão óbvia
E o que vem a ser filosofia de vida afinal?

Soma
Para apagar minha consciência de vida
E me fazer acreditar que a luz é um evento mecânico

Soma
Para me fazer acreditar que a aula da vida é "hora do recreio"

Tudo acaba sendo tão perfeito
E tão certamente feliz
Quanto foi possível transformar.

2005

E penso que seria mais fácil
Fingir que a vida é mecânica
E segue como uma engrenagem sólida
Mais difícil é aceitar que ela é uma aula
Daquelas construtivistas
Piagetianas

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E vem me dizer que perdi
Minha vida lutando para ser o que sonhava
Mas que sonho não se põe em ação, sonho acontece
Me diz que gastei 21 anos
Tentando achar um eu
E que esse eu não tem definição
E que ser eu, não tem nome
Nem etiqueta
Se sou, sou eu
E aí, crises de quem são os outros...
Ou quem os outros querem que eu queria ser
E por fim, acabo sendo...

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Tão mais simples construir emoções sob solo concreto
Mas tão impossível encontrar verdade em chão espesso.
Sinceridade em grãos de areia, instabilidade e profundidade
Areia pequena que não se divide
Ilusões em imagens de areia
Sinceras e ilusórias
Acreditar que as coisas são mais simples do que se mostram ser
Um mar, areia, sol e uma mão para dois.
Melhor sujar os pés de lama e caminhar por entre concreto.


Todas sem começo nem fim...

2005

Esse sentimento novo:
VAZIEZ
Como se houvesse um rombo dentro da gente
Como se tudo fosse ar, um buraco grande
No meio do peito.
E tudo que se quer, não se tem.
E, afinal, se quer?
Ou é apenas idéia fixa, daquelas bem utópicas
Que grudam no interior do cérebro e no fundo do coração
E de lá, não saem por mais que se tente
VAZIA
Como se tem tudo, e não se tem nada.
Sem aquela sensação de pés nas nuvens
Parece que nunca mais vou saber o que é aquele
friozinho na barriga
Que saudades daquele friozinho na barriga
com a vontade de mais uma vez
VAZIA
E parece que NUCNA MAIS
Se ter tudo, e não se ter nada
Procuro apagar da mente, e apagar o quê?
Não há nada!
Como é difícil mudar!
Como é difícil crescer, e conhecer esses
lados difíceis, de indecisão, de mudanças
O que eu sou?
O misto de nada
E a idéia de ontem
Personalidades capitalistas
Compro e vendo
Vendo vazio, compro vazio
VAZIEZ MÓRBIDA...
Dúvidas, nenhuma certeza
Nenhuma certeza
Persistência, vazio e solidão
Quando se sente com tanta gente
E ao mesmo tempo...
Com ninguém
Tão vazia por dentro
E tudo que eu queria era alguém
Que me amasse
Melhor..
Alguém que EU amass,
mas, VAZIEZ
Torpe nada
Parece que me tiraram o coração
E colocaram um amontoado de
Pedras duras....

2005

Seria capaz de parar o tempo
Fazer as coisas permanecerem como estavam ontem
Eu parada, olhos estáticos
Você
A única coisa que queria pedir
Você
E permanecer assim
Olhando, sonhando com um dia em que te terei por perto
Mais perto do que a imaginação permite
E te manter aqui dentro
Te chamar de meu menino
E saber que naum existe um outro lado
Ter a certeza que esse nó que prende minha garganta
Desaparecerá
E que todas as nossas diferenças não farão mais sentido

Tentar esquecer parece a melhor coisa a se fazer, como se fosse fácil. E também, não que seja difícil esquecer, mas, mais difícil é não querer esquecer! Essa sensação de que as coisas não acabaram por ai, e que ainda tem algo a mais para se lutar...Devaneios de adolescente...Talvez porque é mais fácil acreditar que tudo vai ter um final feliz e que existem forças estranhas que me trazem até ele, do que aceitar minha condição ínfima de pessoa negada. NEGADA!

Quando tudo que mais queria era te tocar
Te ter assim tão perto e sentir não poder
Negada de seu calor
Prazer proibido, intocável
Você
Meu menino dos olhos profundos
Tanto que te procurei
E tanto que não te tive

O quanto me dói ouvir que os meus sentimentos não são tão verdadeiros quanto os proclamo. Ai, se não fossem! Minha vida estaria, agora, tão repleta e tão plena. Não haveria poréns, ou, talvez... Feliz? E o que vem a ser felicidade, afinal? Filosofias torpes... Banalidades...É melhor tentar enganar, fingir que tudo já se foi, do que adimitir que o que sinto não se apaga de um dia para o outro. Procurar em tantos outros o que na verdade, sei que encontraria em você.

Tão ignóbil, tão vazia
Seguindo a trilha de marcas vãs que me deixou
Vagando a procura de seus passos
Na espera de seu beijo
Procurando em outros lábios
Os seus
Que não são meus
Permanecem do outro lado
Negada!

Ilusão. Acreditar que as coisas dariam certo, e que o amor seria recíproco. Amor? Mais teorias complexas da psicologia humana, ninguém explica. Alguém sente? Sente aquilo que se acha que é, mas se não sabemos o que é... mentira! Ilusão e sonho. "Sonhos são ruins, quando tudo que eles fazem é esconder a verdade". Volto a usar palavras que não são minhas para explicar sentimentos que são SÓ meus. Unidade sentimental. Queria que você sentisse isso.

A luz dos olhos
O coração que pulsa
A mão impaciente
As idéias confusas
Palavras que não se unem
Insegurança
Sente?

Deveria. Na realidade, deve sentir... Sentir o mesmo quando, está do outro lado! Preso, acorrentado, longe, pertencente. Não, não sou eu. E entender o que? Malditas esperanças, e cretinas essas coincidências que teimam em te trazer para mim. Antes trouxessem e não mais levassem. Crianças. Eu, inconsequente, ingenua e apaixonada. Você...

A única coisa que queria pedir
E permanecer assim
Olhando, sonhando com um dia em que te terei por perto
Mais perto do que a imaginação permite
E te manter aqui dentro
Para te chamar de meu menino, dos olhos profundos...

(escrito em: 16/06/2005, quinta-feira, 07:20h)