domingo, 3 de maio de 2009

Republicando...

galera...
republiquei todos os meus textos, ou quase todos, do Christabel (meu antigo blog), com medo que a globo fique llouca e tire tudo do ar. Assim tenho aqui o registro do que já se passou..
Até.

2008

Do dia em que seremos felizes


Sinto frio nos pés. E o estômago revira. Sinto vontade de abrir a porta do escritório. Colocar os óculos escuros. Ligar o discman. Passar pela recepção. Não cumprimentar ninguém. E andar pelos próximos quarteirões sem saber para onde vou. Olhar o céu com aquele tom acinzentado de Ray-ban. Sentir o cabelo balançar conforme o vento. Assistir o balançar dos pés, um de frente ao outro. Me perder na confusão de minhas idéias. Me fundir com as letras das músicas que gritam nos meus ouvidos. Acreditar que eu sou uma nota. Dessa que sai bailando pelo ar e encontra outros ouvidos. Talvez, se fosse uma folha. Ou se fosse um pensamento. Este meu pensamento, que não sai da faixa número um. Fica ali repetindo as mesmas sílabas, as mesmas letras, as mesmas palavras, frases e desejos. Fico aqui reformulando o que deveria ter dito, ou não dito. O que poderia ter feito ou não feito. Como eu poderia voltar no tempo, ou avançá-lo para frente. Queria implorar para o cosmo: volta.

O sol me compreende e organiza um espetáculo à parte, para que meus olhos observem o ínfimo de mim. Um arco de luz envolve a bola quente chamada sol, e eu escolho me cegar à sua luz. Melhor cegar do que enxergar o que não suporto ver. E ando. Caminho. Canto. Rezo. Choro. Vomito. Leio. Penso. Ouço. Sinto. Sonho. Morro.

Um pouquinho por dia. Desde o dia que não te senti mais aqui. Um milímetro por segundo de mim se esvai neste ralo de vida. E eu penso que não sou nada. Que por mais que pense que sei tudo. Ou quase. Ou metade. Um terço. Um milímetro e meio não sou mais. Sou cinco quilos a menos. Sou olheiras. Sou enjôo. Sou incompreensão. Sou tristeza. Sou sua.

E vou morrendo um pouquinho por dia. Até não ser mais. Ou até ser demais. Não sei. E pé ante pé, penso. Não sei mesmo. Do que é feita a terra? E quem era deus mesmo? Música errada. Faixa número dois. Silencio o grito. Sufoco o vômito. Procuro o mapa. Aquele mesmo mapa que me mostrará onde foi que eu te perdi. Em que encruzilhada escolhi o caminho oposto? Em que discurso escolhi as palavras tortas? Em que trecho desse livro pulei o parágrafo certo?

Seria melhor realmente sair do escritório. Apagar essa consciência de vida. Ser nada. Ser eu. Ser nem sei quem. E, ainda, seria melhor ainda correr. Para afastar os fantasmas de um passado feio que me espanta. E correr para um futuro com o qual sonho todos os dias. E o dia em que seremos felizes? Eu espero. Faixa certa. Número três. Poprockdediscman.

Vou sentar naquela cadeira de metal com linhas de plástico, que ficam na frente das casas de avós. Abrir uma lata de refrigerante e me contentar em olhar a vida passar. As pessoas passarem. Os quilos passarem. Os anos passarem. E a minha solidão se conformar.

Se é que solidão se conforma. Solidão se acomoda. Se acorda um dia, olha no espelho. Escova os dentes. Vai trabalhar. Volta pra casa. Assiste novela das oito. Dorme. Sonha com a vida que gostaria de ter. E acorda de novo. E eu pediria nos sonhos: volta! E eu pediria em cada dia: segunda chance.

2008

Foi quando encontrei em ti o brilho que não via mais em mim
Quando achei estrelas num céu que há tanto estava escuro
Jurei para mim: é a última tentativa
E me apoiei nisso
Braço com braço
Perna ante perna
E será assim
Trarei estrelas, trarei o céu, e a lua
Para contemplar o amor que sinto por você
Para fazer sorrir o brilho dos teus olhos
E para arrancar de ti o mais belo sorriso
Para fazer de ti: o meu homem
E escolher um caminho de rosas
Perfumado, belo e com poucos espinhos
Eu e você
Para descrever a singeleza de um entrelaçar de dedos
Pele com pele, suor com suor
Minha mão com a sua
E um abraço forte
Por ti direi as belas palavras
Escreverei os mais belos poemas
Por ti... sorrirei todas as manhãs
Pois tu és o motivo de meus dias
O sorriso de meus lábios
O tema de meus pensamentos
A beleza dos meus sonhos
E a esperança do meu futuro
“Não consigo parar de te olhar”
“E não sei viver se for longe de você”

2008

tic-tac

só posso escrever poemas
para fugir da dor
escolho as palavras para dar vida
ao que já não sou

e o que já fui
atirem aos ventos
já não posso mais
escolhi a dor

prefiro pensar
e negar o que sinto
melhor ter a cabeça
do que um coração

o coração pára
a mente não
a felicidade passa
a dor não

quem é você?
e quem sou eu?
quem é deus?
e quem manda aqui?

respondo em silêncio
e finjo não ouvir

2008

E sinto que vou te perdendo de pouquinho em pouquinho
De hora em hora
De foto em foto
E vejo me escorrer pelos dedos o que achei que era pra sempre.
E ir com o vento os sonhos que fiz por nós.
Outra vez...
Acho que acreditei em vão.
E assim, de em dia, você se vai...
E eu tento me convencer de que ainda consigo lutar.
E te fazer voltar
Tudo como era ...
há alguns meses atrás...


te amo

2007

Eu sabia desde a primeira vez que vi aqueles olhos: iria durar por muito tempo. E não seria o muito tempo do “felizes para sempre”, nem o muito tempo dos casais de velhinhos na porta das casas, seria o muito tempo daquilo que não seria nunca.

Não porque ele era um cara super inteligente e hiper descolado, ou porque mandava flores, falava poemas, cantava bonito, nada disso...era só porque eu tinha decidido que não queria ficar com ninguém, mas quando olhei lá dentro, vi que era ele mesmo. Não o cara pra ficar até morrer, ou morrer até ficar... mas o cara que eu nunca iria ficar até morrer. Bem complexo assim.

Complexo como o que eu senti, complexo como o que eu sinto e como nós somos quando estamos juntos. E ai, eu sei que eu não quero estar com ele até morrer, porque afinal, ele num é um cara super príncipe encantado e não tem cavalo branco e tem um péssimo gosto musical. E na verdade, tudo isso não importa, porque o maior problema é que ele não soube que iríamos durar por muito tempo quando olhou nos meus olhos. E então eu disse: “parece que eu te conheço faz tanto tempo”.

E dói.
Não dor de amor, pra rimar com flor. Dor de saber que podia ser aquilo que eu esperava que fosse ser, mas que não vai ser. Dor de tentar dizer que não é pra ser e não conseguir entender. Dói de doer os ossos da mão, de tanto segurar com força, pra não deixar escapar.

E escapa, né? Nada é da gente, e nada é pra sempre e acaba, sabe? E dói, dói. Dói de saber que é que nem quebra cabeça de 100 peças...que tudo se encaixa e fica bonito no fim, mas só tem um pra tentar fazer tudo ficar bonito. E penso que acho que estou cansada de segurar, de encaixar, de amar, de gostar, de me preocupar e de não conseguir ignorar tudo que dói.

Mas, né! Dói, ué! Fazer o quê...Dói porque eu gosto...E porque ele não gosta. E fica um sim e um não. E eu quero transformar sim em não e não em sim, e são palavras tão diferentes, e tão difíceis de combinar. Que não combinam, verde com laranja no inverno. E eu me pergunto se Julho não passa logo...

Ah! Eu soube que iria durar por muito tempo...

2007

Julho de 2007





Enfrento um rio de pedras pra me afogar
De novo em vão
Em gotas de sal das lágrimas que amargam
Uma outra estação.
Nunca é a mesma chuva que cai.

Esperarei por Julho
Quando as folhas começarem a cair
Eu sei é um mês que não volta mais
E eu prefiro continuar só.

Eu me apóio em meus amigos
Porque só eles para entender
O que eu já nem sei explicar
E o orvalho é uma gota
Hoje uma amanhã outra
Você fere a minha pele
Com uma lei desconhecida
Com palavras e sem rimas

Talvez eu feneça em minhas memórias...
tão brancas e frias quanto a neve de Julho.

Eu sinto falta de Julho
E acho que deveria esperar Janeiro
Quando as flores começarem a nascer
E eu vou esquecer você.

E eu vou esquecer você
Em Julho eu vou te esquecer,...

Julho.

2007

Ela tinha resolvido mudar os móveis do quarto, jogar tudo que não fosse útil e tudo que lembrasse o passado no lixo. Crente, que isso seria o suficiente para fazer circular boas energias e, principalmente, tirá-lo da cabeça e do coração.

Em vão.

Parecia que tudo só tinha servido para mostrar que ele era muito mais importante do que ela acreditava, e agora cada virar de esquina era uma lágrima. De modo que ela não havia sido boa o suficiente nem para esquecer, nem para estar com ele naquele momento.

O que haveria de errado?

A hora era errada. E os móveis... já haviam sido trocados de lugar... e agora era tarde demais. Ele permaneceria lá dentro, e ela, querendo sair...



"Ninguém é homem o bastante para me liquidar
Nem humano suficiente para me visitar" (Violins)

2007

Ela olha os minutos embaralharem no canto superior direito do celular, enquanto relê as sms que ele mandou. Mandou no pretérito perfeito do indicativo, já fazia tempo. E as coisas não eram mais como há 2 meses. Ela acreditava que o pensamento era capaz de mover montanhas, e que pensar nele bastava para que isso os mantivesse juntos. Afinal, a distância física não é nada perto da proximidade do sentimento.

Mas ele não devia pensar assim, apesar de ela estar disposta a enfrentar o que fosse. Era tão difícil se interessar por alguém, que quando acontecia era digno de ser batalhado.

No fim, tudo acabava no mesmo, mais um jogando com os seus sentimentos como peças de Dama, manipulando, encavalando, comendo e descartando. Fim do jogo.

Antigiu o ápice do sentimento para atirar-se ao nada. Ele novamente.

E ela começava a considerar que o nada deveria ser uma boa opção, já que ele vivia dentro do maldito coração, algo de muito atrativo ele deveria ter. Uns braços grandes, uns cabelos bem grandes e uma coleção de cds do silverchair.

Acho que era hora de assumir de vez e casar-se com o Nada. Um belo final feliz.

2007

Um banco de jardim às quatroemeiadatarde. Um rapaz de seus dezoitoanos lê um livro. Um desses de capa colorida e centoeoitentapáginas.

Muitas pessoas ao redor, passam, transpassam, perpassam, aqui e acolá. Ele ali. O livro aqui.

Até um sem contar de horas. Ela chega. Atravessa a avenida, desvia da bicicleta, olha o relógio, olha para ele, ele sorri, ela...



Não!
Antes que o sr., sra., srta. Ou sei lá o que seja. Pense qualquer outra coisa eu querereria dizer que, eu, como narrador onisciente do presente conto, não faço a mínima idéia de quem seja a mencionada do pronome feminino singular, no último parágrafo. E lhe asseguro também, que nem meu personagem ( perfeitamente e claramente elaborado e personificado) a conhece.

Não, não é a segunda personagem principal, nem a protagonista, ou anti-herói, nem amiga,tia, mãe, irmã, vizinha, papagaia, ou o raio que o parta, ou, o raio que a parta. Muito menos o amor da vida do meu rapazinho querido.
Pois bem.

>

Vira-se para o lado, pára no ponto de Ônibus... E ele pensa, Eu nunca havia pensado como era óbvio saber que as objetivas indiretas utilizavam preposição e as objetivas diretas, não!

Então ele sorrira, e compreendera que a nota de gramática e a recuperação eram merecidas. E que, certamente, essa questão ele não erraria no vestibular. Que seria dali a doisdias.



Olha! Não me venha culpando. Mas é que eu preciso lhe mostrar a verdade das coisas. Não. Essa não será a questão que o fará passar no vestibular, nem a questão que não o fará passar no vestibular. Nem o tópico que irá dar branco e o fazer suar frio, ir até o banheiro, passar vinteminutos, olhar na cola por debaixo da blusa, ser pego pelo fiscal. Levado ao tribunal, ao júri, a cadeia. Conhecer um traficante japonês e morrer de Aids na Tunísia.

>

Era tão difícil entender gramática. Mais difícil ainda que a álgebra trigonométrica da rebimbota da parafuseta



Desculpe-me. Mas cabe dizer, que, sou narrador, entendo de escrever e não de cálculos e números e essas coisas de maluco. Não que meu personagem seja maluco! Tenha dó do rapazinho. Mas, não estou com a mínima vontade de me concentrar no que ele pensa para traduzir aqui. Tudo bem?

>

E então seria um sonho passar na faculdade de Engenharia Aeronáutica e passar os dias fazendo fórmulas, números e coisas impossíveis. Ele sonhava muito e sonhava demais.



E era essa a minha intenção, sabe? Mostrar a vocês o quanto é inútil ficar esperando as coisas. E sonhando com as coisas. Porque essa história de esperar e esperanças é que fodem com tudo.

Você ai esperando que o menino se apaixone se case, tenha filhos, seja feliz.

Que o menino se apaixone, não se case, não tenha filhos e tente suicídio aos trintaeseteanos por cause de um amor não correspondido.

Ou que acabe solteiro com trêscachorros, doisgatos e umperiquito, assistindo televisão e comendo CupNuddles.

E ele esperando passar em primeirolugar no ITA, ganhar rios de dinheiro, morar nos USA e ser tão famoso quanto o Bill Gates.

E, eu.. que controlo tudo isso ai que vocês esperam que aconteça...
Ah, eu nem quero não. Eu que escolho, eu programo...
E... eu quero que o menino ... morra! [há há há ¿ risada sarcástica mode on]
Nossa!
Te peguei!
Não, não... hoje não mato ninguém!
Nem o passarinho que, eu esqueci de te contar, cagou no ombro do rapazinho bem antes de eu começar a narrar essa história.

Hoje estou um narrador bonzinho. Mas sem saco pra historinhas de amor, castelinhos e princesinhas, tudo com inho... e LeTrA GrAnDe LeTrA pEqUeNa... só falta escrever S2 e cantar Emoponto.

Opa! Esqueci, obra literária pode usar referência contemporânea? Chama o Massaud lá...
Chega!

>

O sol já ia se pondo. E o rapazinho, eita! Esqueci... Pausai!



Esqueci de escolher o nome dele. Falta minha, foi mal! Ahn.. vejamos... Solvang? Não, nome de caixa de sapato não dá. Ahn... Giordano? É nome de desenhista de quadro de bichinho, soa legal.

>

O sol já ia se pondo. E Giordano sabia que era hora de voltar para casa. A mesma coisa sempre. O pai lendo jornal, a mãe fazendo a janta, os irmãos no chão da sala.

E ele no quarto. Os livros na cama, no chão, na escrivaninha. Por todo lado. Estudar. E tinha tanta coisa ainda para se ler



Puta que pariu! Gol da França! Não acredito que o Brasil vai perder de novo pra França! Não que eu goste de futebol, tanto que estou aqui te contando uma história toda bonitinha enquanto poderia estar assistindo os jogos da copa 2006. Mas não estou. E, também, acho que estou sendo inconveniente.
Ta bom, ta bom... juro jurado, que só interrompo agora no fim! Só fim, pra acabar mesmo, ta? Quietinho aqui.

>

Os livros do Machado, as teorias biológicas e as fórmulas físicas.

2007

Sessão Desabafos

Estrelando:

- Coração da Vivian
- Mente da Vivian
- Vivian
- Mão da Vivian
- Olhos da Vivian

Edição #1:

Coração da Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"O problema é o seguinte... Tem tanta gente morando aqui dentro que assim num dá! E tem espaço maior que o outro e tem muita gente querendo entrar. O negócio era fazer uma reforma agrária e tava tudo legal, num sabe? E outra que tem gente que já era pra ter saído e fica aqui, ocupando um espaço grande demais e nem produz mais nada, só ocupa espaço mesmo, a gente tudo dia vai lá mostra despejo e os desbocado continua lá! É por isso que esse mundo num vai pra frente. Tanta gente boa precisando de lugar e essa gente atrapalhando o nosso serviço, assim não dá mesmo!"


Edição #2:

A mente da Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"O problema é que tem muito problema, né minha gente! Esse coração que reclama todo dia, me deixa cada vez mais doida! E esses relógios então?Eu não dou conta disso tudo, não! Como que a gente faz? Ter que cuidar de todos os setores de funcionamento organizacional dessa empresa não é fácil! E a saúde? E a educação? Tudo eu? Ai o tal do espírito, o tal do lazer, e convenhamos, esse mala desse coração com a tal reforma agrária! Todo mundo sabe que isso nunca vai sair!"


Edição #3:

A Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"Desabafar? O quê? Ah, ta foda né. O negócio é que não tem negócio nenhum. Aí enche o saco..."


Edição #4:

A mão da Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"As pessoas podiam parar de subjugar as classes inferiores, escravidão já era! Eu aqui sem poder ter vontade própria, fazendo jornada que a constituição não permite não minha gente! Trabalho o dia todo! E quando penso que vou descansar, dar uma dormidinha, patroa manda a gente trabalhar de madrugada só por conta dessas crises de inspiração! É tudo doido, é tudo doido!"


Edição #5

Os olhos da Vivian fala abertamente em nossa sessão desabafos:




"Eu queria reivindicar em cadeia nacional a necessidade da hora extra. O senhor veja só, eu aqui mal conseguindo me manter aberto e a patroa lá causando. Sem contar da necessidade de aumento salarial, é uma necessidade! O que nós, olhos, somos obrigados a ver não é de Deus não! Temos que receber por isso e muito bem, diga-se de passagem!"

2007

As letras...................................................As letras...................................................As letras
Ocas........................................................ Ocas........................................................ Ocas
Pululam.................................................... Pululam.................................................... Pululam
Verozmente.............................................. Verozmente.............................................. Verozmente
Goela acima............................................. Goela acima............................................. Goela acima
O-U-T-R-A................................................ A M-E-S-M-A............................................ Somente
V-E-Z....................................................... C-O-I-S-A..................................................Só mente
Outra vez................................................. A mesma coisa......................................... Só fala
Outravez..................................................amesmacoisa.............................................Falas...

2006

FALÁCIA

Do peito encalacrado
Ocas palavras pululam
E ferem
Com afiadas lâminas
Florais
Pétalas vermelhas
Beijos falsos
Do olhar sinuoso
Olhos mentem e ferem
Com adagas de sentidos
Impalpáveis.
Mais uma...
Do âmago sorrateiro
Expurgasuores, expurga...
Aquilo que já...
Falácia...
Mais um...
De meu peito oco
Cuspo letras goela acima
Mentira!
De meus olhos videntes
Choro a dor de não ver
O que foi
Mais um?
Mate o ocaso e mate o acaso
Soterre o passado e o
Casado.
Enterre o desejo, vocifere
O medo.
Construindo muros.
Pétalas batem nos ombros,
Rasgam as mangas
Ferem o peito
Quem é você?
E quem sou eu, agora?
Mãos, braços e abraços...
Falácias
Mentes...
Mentes comumente, como mente
Com a mente...
Só mente
Somente
Semente.
Sem plantar.
Enterras
Soterras
Me ferra
Pudera!
É assim.
Palavras pululam goela acima
Lembranças pululam goela abaixo
Dores pululam aqui acolá
Mais um
Mais dois
Mais três
Quatro?
O próximo, por favor!
Nem fale.

2006

Seria assim que eu descobriria que você ainda estava aqui.
Quando procurei encontrar o que não mais havia,
Em mim.
E dei a boca a um rapaz por ai,
Em tanto tempo eu nem percebi
Era você que ocupava o vácuo daqui
Tonta não vi, preenchido estava...
por quem um dia não quis
A pessoa que me fez amar
E daqui levou tudo
Pra não sobrar
E eu não poder ofertar
E matar um ou mais
E apanhar um ou dois
Apanhar de uma mais

2006

Minha primeira "utópica" letra de música....
escrita quando eu tinha 13 anos...
achei perdida em um arquivo antigo






A minha inspiração que por hora se esvai em milhares de pedaços,
Sem sentido sem razão, sem um despertar necessário, o meu ressuscitar
Abolido das palavras mortas sem sentido
O ver martirizado das pessoas sem razão,
A contrapartida de um jogo sem fim e sem meio,
A ponte... entre eu e você o desnecessário o retrógrado
Nosso ver corrompido pelas efêmeras passagens do mundo ao redor de si
De mim, de tudo e de qualquer um sem sentimento próprio
A atitude é bem recebida à qualquer reles mortal que atue no grande cenário do errado
Do mal feito ...pensado...atribuído
Errado
Desnecessário
Mal atribuído
Qual a real razão dos milhares de pedaços
Espalhados pelo chão esperando um salvador que irá se espelhar em mais um substituto
Da anti-razão da má influência
O que eu faço aqui ?
Sigo
Páro, prossigo no jogo sem meio e nem futuro...
O que eu faço então ?
Do meu jogo...meu jogo, meu jogo sem futuro
O meio... o jogo
O fim... o jogo
... continua....
o jogo

2006

Princesa das Geleiras






E então o príncipe encantado resolvera fazer uma longa estada nas geleiras no Norte. E talvez não voltasse nunca, congelaria por lá e alimentaria a fome dos cães brancos e ursos equilibristas.

E seria assim pra sempre, tudo sempre frio. E ela sem meias, esperando aquele que nunca iria voltar. Agora, com 44 anos, logo com 88, breve 176, óbvio tudo força do exagero incomensurável de quem encontra-se à beira da solteirisse eterna.

Vinte e dois carnavais, que logo seriam 23, vinteetrêscarnavais contornados em preto-e-branco. Um todo sem cor. E, de novo, era terça-feira e ela estava sozinha. E ela sabe que está sozinha e até pensa que nem seria bom não se estar sozinha, porque ai seria bom estar sozinha e não ter que dar satisfações e atenções. A única coisa boa de verdade era poder ser quem se quisesse ser, quando se quisesse ser. E nesta terça-feira ela era a tiazona, solteirona, sem meias, com pijamas pensando no prícipe encantado. E assim era bom.

Até porque príncipe encantado não existe, então, provavelmente ela não pensava em nada. E o nada é tão nada, como a "História sem Fim", sabe? N-A-D-A! E dessa vez nem havia guerreiros e cachorros voadores pra salvar Fantasia do assustador NADA!

O pior do estado em que ela se encontra é não estar em estado algum, é somente estar...esperando. Eternamente. Aquela espera. E logo seriam 176, óbvio. Porque todos sabem que os príncipes encantados morrem nas geleiras, e na verdade eles nem existem. Só porque ela queria o rapaz da novela das 6... o rapazinho dos filmes... ou aquele do sonho que ela sabe que existe mas nem sabe onde procurar. Mas até me arrisco a pensar que ultimamente ela considera até mesmo a possibilidade de apenas ter alguém para ligar naquele momento. Só pra dizer que sente falta, alguém pra ela escrever uma carta ou compor um poema.

E a única verdade maior é que roubaram sua capacidade de sentir estrelas e tudo tornou-se matéria e vento. Superficial e passageiro. Nada permanecia, e o que pretendia permanecer tornava-se indesejado.

Onde mesmo ela havia deixado o carinho e a afeição? Acho que perdeu por aí, no meio das dores e do serviço, do estudo e do "estou ocupada".

A vontade era de se trancar pra sempre num lugar onde não pudesse sair. Para manter-se isolada da civilização e da vontade de ter alguém.

A tia, solteirona, professora, gorda, chata, impaciente e triste por dentro. Era ela. Bem assim. A figura azul e crua, triste e fria. E o que seria civilidade afinal? O que seria... CONviver? Nem lembrava mais, fazia tanto tempo, que o tempo apagou essas lembranças.

E o fato é que tudo irrita, nada distrai, poucas alegram, e há um grande enorme vácuo no que se sente. E é tudo mecânico. Sem sentir.

2006

Tento abrir a janela novamente...
E eu me pergunto por que toda luz que tenta entrar é barrada
por algum efeito aquém de minha capacidade controladora
E nada de novo acontece
E o que acontece
Acaba
Tento abrir a janela...
E cadê a luz?
Queria abrir a janela
E ela nem abre...

2006

e eu me apego a você pra não me sentir tão só
seguro as solas dos sapatos
grudo na barra das calças
mordo os braços
e te uso pra sentir
que alguém se importa...

2006

Ele sabia que não ia dar certo, mas gostava de tentar até as últimas conseqüências. Trazer estrelas até o pé da montanha, e escondê-las em caixinhas de fósforos. Era sua única diversão, fazer o mágico parecer real. E para isso, gastava o pouco de suor que lhe restava. O pouco de sorriso, e o muito de vontade.
Sonhar, era mágico e apaixonante. Apaixonar-se pelo sonho e pelas estrelas.
Só para admiração egocentricamente própria, manter tudo em caixa de fósforos.
Fósforo. Montanha. Estrela. Sonho.
Glossário: Onírico.

2006

Só pra constar queria lhe falar
Que não é bem assim que as coisas vão ficar
Você ainda vai envelhecer e casar
E volta a reafirmar
Não é aqui que vai parar
Os filhos vão crescer e você vai morrer
E voÊ nem vai ver
Quando tudo escurecer e sua mãe chorar
Eu bem tentei avisar
Pra vocÊ nãos e matar
Que era assim que era pra ser
Você viver e então crescer
Só pra dizer,
Que não era assim que as coisas iam ser
E volto a reafirmar
Que tudo vai passar
E ainda dá pra caminhar
Mas só se você sair e vir aqui
Pra me provar
Que você vai melhorar
E até sorrir quando me ouvir
Dizer que vai casar
E tudo vai passar...

2006

Oi Coração!

Hoje eu queria ter um papo sério com você. São, exatamente, 03h07min da madrugada.. e você não quer deixar eu dormir. Fico aqui virando de um lado pro outro, essa dor de cabeça... e essa dor no peito.

Ahn?

Por que não deixa eu deitar a cabeça no travesseiro e simplesmente apagar? Sem lembranças, e principalmewnte, sem sonhos. É tão ruim, acordar no dia seguinte e ver que tudo não é.

Dói tanto o peito, eu só queria mesmo que você tivesse compaixão e deixasse de agir... só por umas semanas, deixar eu viver assim sem você e sem sentimento. Seria tão mais fácil.

E eu deveria ouvir os outros, ver um filme, ler um livro, sair de casa e rir dos e com os outros...mas não está fácil eu começo achando que tud é uma idiotice tão grande. Aqueles filmes longos com mocinhos e mocinhas, aqueles livros mais longos ainda e tudo acaba bem no final... é tão ilusório..E você vê... é tudo tão mentira, que ver tudo isso só me deixa mais triste.

Só queria saber porque esses caras da mídia nos enganam tanto. Queria saber o que ganham com isso. Amor...amor...tão inútil. O mocinho e amocinha se beijando e dizendo que se amam. Tão mentira! Só na novela das 8 mesmo, só lá mesmo. E no Romeu e Julieta. Só lá.

Eu nem acredito em mais nada, e a culpa é toda sua, viu? Sempre, sempre escolhendo os caminhos errados. Eu tenho tanto ódio de você às vezes. Tanto. Por me fazer sofrer... bem às 3 da madruga quando euu queria dormir.. e você faz eu me lembrar do sorriso dele. Daquele que nem quer saber de mim. Ai me engana com a esperança de outro que também nunca será.

E eu tento te ignorar, sabe? Tento te calar com essa cabeça aqui... que também dói. Mas...você é tão forte... e sempre mandou tanto em mim e eu fico tão perdida.. e aliás... há 1 ano e 7 meses me sinto assim perdida.. amando que nunca vai ser... de engano em ilusão. E nunca passa, e eu tento sublimar, mas NÃO consigo. NUNCA. Tanta saudades e tanta vontade de um abraço, de um beijo, um carinho e um eu te amo. Tanta. E parece que nunca vai existir mesmo. Tudo marketing da televisão e dessa nova novela das 8...tudo mentira... o tempo todo.

Dá pra fazer esse favor pra mim, então? Deixa eu dormir só um pouquinho, tá?
Obrigada...

Com carinho...

Vivian

2006

Grande bosta

A verdade é que você já não me importa
Eu não entendo
O que meu coração me diz quando eu te vejo
E talvez,
Tudo não passou de um mês
Dias que te senti tão perto
Sempre é assim, dou meu amanhã
Pra quem nem queria ser meu fim
Morro de amores
E renasço já sem cores
Mas nem sei se te queria aqui
Pra te acolher aqui no peito
Te sufocar com meu ar
Grande bosta
Eu nem queria te ver sorrir agora
E nem sinto saudades de seus braços
Só dos abraços
Meus enlaços
Minha dor
É, já se foi...
Grande bosta...
A verdade é que você...
Ainda me importa.

2006

Domingo, Julho 02, 2006

Estou farta de esperar
Estou farta de ter esperança
Farta de acreditar
De sonhar e sonhar
E nunca deixar de ser apenas sonho
E nunca se tornar real
Farta de imaginar
Farta de ver tudo dar errado
O tempo todo
Farta de não ter nada que esperava
Esperava e esperava
Esperança
Tristeza da alma...
Esperança acaba com a gente
Sonhar acaba com a gente
Construir castelos na areia
Muros de algodão
As princesas com sapatos de cristal
Tudo tão idiota!
Como novela das oito
E filme da sessão da tarde
Nada, nada disso existe.
E dói.. dói aqui no peito...
Dá vontade de sumir
E viver pra sempre debaixo das cobertas
E a cabeça no travesseiro.

2006

PARA QUANDO O PÔR-DO-SOL VIER...

Eram apenas tristes dias...a dor do abandono não construía tristezas, apenas ódio, desesperança e rancor profundo. Afinal, o que havia dado errado? Tudo se passou muito rápido, tão rápido que nem deu pra se somar as felicidades. O que restou foi o ódio, uma raiva que corroia e dava nojo, e culminava aos brados: ¿Homem não presta! Morram todos canalhas sem alma!¿.

A raiva dominava de tal forma os pensamentos que as coisas boas pareciam não existir...e se resumia a vida em longas tardes de músicas agressivas, curtas manhãs de brigas no colégio, intensos finais de semana de rebeldia e tristes noites de internet. Eis que, ELE surge...como um pequenino facho de luz, que faz o ódio parecer nulo e o rancor se transformar em esperança, ¿Ele é diferente! Há esperança!¿

E em pouco tempo ele havia se tornado o motivo dos sorrisos e da paz nos meus dias escuros, ao menos, alguém parecia se importar...Apesar de apenas contatos virtuais a presença parecia ser tão real, o bem que tudo isto fazia...era Inexplicável! Aos poucos, a amizade silenciosamente se transformava em amor...um amor simples, verdadeiro e esperançoso...

Tudo é muito perfeito até o momento que deixa de ser...¿tenho namorada¿ ... e, as trevas voltam para a pequena cabecinha sonhadora...sem fome e sem vontade de nada fazer...10 quilos se vão e uma anemia toma conta...Em apenas um mês... a tristeza se instaura, aí entra aquele verso daquela música: ¿Eu procurei em outros corpos encontrar você...¿

Assim surge um... que lembra muito mas, não...não é...E por mais que você o chame pelo outro nome...4 vezes que seja, sempre há um ¿Ei! Quem é esse tal? Esse não é meu nome!¿... E, não era mesmo, mas bem que poderia ser! Larga...
Arranjemos outro...

Olha! Aquele não parece? O.k. Então tentemos de novo... assim, apesar das trocas de nome (Apenas 2 vezes..), 1 ano e meio se passa... pesadamente eu sei.. sob duras constatações...Os dois não são o mesmo...¿Poxa, ele não diria isso! Não ele não faria isso...ele não é assim...¿

Até que algo explode... meu amigo, Eu te amo!!!!!
Bum!
O mundo vira... de ponta cabeça... é!

O dilema: meu amigo virtual X meu namorado de 1 ano e meio ?!?!
Como o destino é algo realmente bizarro...as coisas acontecem como se, era pra ser assim.. O amigo - ELE...chega...vem de longe...

E você por alguns instantes sente que poderia jogar tudo para o ar em nome de um sonho e de uma remota esperança...

Adeus namorado...

Olá sonho!!!! Em menos de 48 horas o conto de fadas havia sido construído...o príncipe...o castelo de sonhos...também chamado ¿show¿... Algo tão irreal e tão perfeito que fez todos os outros dias da insossa vida parecerem...ignóbeis, não seria?

Era aquilo que eu queria pra minha vida! Ele, filhinhos, uma casinha simples e de nada mais precisava... Tudo planejado...Ai sonhos! Eram tantos, e tão intensos e verdadeiros! Tão extremos que cegavam...

¿Ele é minha alma gêmea!!! E minha vida!¿
E... a primeira vez que digo ¿Eu te amo¿ ...
É...Amor mesmo...Amor...

Mas... a vida é podre...e como tudo nela...

TREVAS

Do que adiantou os poemas, os cartões, as fotos bonitas, as juras, a falsa perfeição, os súbitos interesses? Não, não era você a escolhida...

A sonhadora havia se deixado iludir novamente...ó coitadinha! Isso mesmo...vai lá...chora, não come, não saia de casa, grite e tome muitos remédios e de preferência... VË SE MORRE CRETINA!!!!!

A bobinha que acreditou ser amada...puf! Esqueceu do velho ditado...¿Homens não prestam... e Amor é ilusão...!¿ Judiação! Vai fenecer...
Que dó eu tenho dela...
Vai sofrer tanto ainda...vai chorar tanto! Afinal, ela largou tudo por um sonho, mas o sonho...decidiu largar dela...

Tsc tsc tsc...

Ai ai... Você deveria ter vergonha sabia? De mostrar esse seu rosto de infelicidade aos crédulos mortais...esta tua cara de tristeza e morbidez espanta e mata...mata... a si mesma... estúpida!

A podridão contamina! E, talvez... você não seja mesmo boa o bastante para o mundinho perfeito Dele.

Então, vamos lá desprezível sonhadora...continue correndo entre gigantes mortos em castelos no céu! Saia por aí...vague...e se desiluda novamente, e vê se não esquece da próxima, o mundo é injusto e a sua podridão, sua boba, contamina!

10/09/2003

=> O texto acabava aqui... Porém... até postar...

A estrada continua enfim...
Acho que algumas vezes do que nós precisamos não é de um facho de luz, mas sim, de toda a luz do sol ....
Então... que nasça o dia! Que venha o pôr-do-sol... que os dias se estendam... e que a vida continue... da forma como tiver que ser... Sem sombras de passados que poderiam ter sido e não foram... Sem imagens que perseguem...Sem arrependimentos e sem medo de ser feliz...
!!!MAKTUB!!!


- 30 de Junho de 2006.


E a luz do sol foi encontrada. Foi encontrada, e iluminou tanto que cegou. Cegou de loucura e obsessão por 1 ano e meio a cabeça da pobrezinha. A paixão, cega!

Cega de ciúmes e possessividade. E o quanto ela foi feliz, contentando-se apenas em gostar de alguém. O amor não retribuído nem fazia diferença... Se ele gostava ou não, nem importava tanto, ela acreditava que o amor dela seria o suficiente para bastar ambas as partes.

Se era verdade? Acho que não. Para ele era mais fácil manter amores diversos, com tantas outras por ai. Afinal, o que seria um compromisso?

E era possível tornar-se tão cego a ponto de enlouquecer e não ver as constatações reais? E como.

Tudo só passou quando as dores que não se viam eram tantas que, cansavam. Cansou-se. E do nada...

Em uma noite... alguém resolve se intrometer na conversa ao lado.. e ela sabia...¿se o curso dele mudar de prédio, meu namoro já era...¿.

Para quem já havia desacreditado em almas gêmeas e contos de fadas, o incrível conseguiu mostrar sua face mais surpreendente. Quanto mais se foge, mais se é perseguido.

Fim da cegueira. Início da Nova Era.

Nova Era... dominada de encontros e desencontros... por causa de 15 minutos! 15 minutos!!! E ele não foi meu... por 15 minutos. Por um dia... por um feriado... por um isso.

Encontros, desencontros, e parecia que algo fazia com que ela não esquecesse dele, o tempo todo. Até o súbito tomar de inteiro.

Eu tentei beija-lo à força!
E ele?
¿Não, eu nunca trairia minha namorada¿

E, por que diabos é muito mais legal gostar e morrer por alguém que já tem alguém?

Ela tentou. E disse uma, duas, três, por UM ANO E MEIO... ¿eu nunca mais falo com ele¿....

O telefone toca... é engano.. mas é ele! Sai correndo tromba.. com ele! Na rua... olha para o lado... é ele!

E o acaso... não deixa esquecer... por quê?

Esquecer alguém, usando outro alguém?

Muitos alguéns... um para cada noite. Sem tempo para laços ou esperanças...

Talvez, quem sabe um poeta, mais velho, romântico? Não... não é ele... é só uma tentativa frustrada de talvez.. mas não é.

Melhor, manter as coisas estáticas.. até o dia em que tudo suma do coração.

Um tempo....
Minha amiga, eu te amo.

O bum final. Quando uma amizade deixa de ser amizade, e se torna amor? Quando?

Nem bem sei... mas seria melhor tentar, do que pensar que se não tentou. Tudo tão arquitetonicamente perfeito, porém vazio. Ter-se as modelagens perfeitas, os seus desejos atendidos e não sentir o coração bater... é não viver.

Não se vive, então. Sem vida. Melhor morrer sozinha.
Me desculpa, dói aqui no peito. Dói tão no fundo, machucar quem se quer bem.. e quem é quase um irmão. Mas o coração não ama com Afrodite.

Melhor... manter-se distante, de tudo e de todos. E evitar machucar quem quer que seja... uma distância segura entre um e outro... entre masculino e feminino. Seria assim, até o dia em que o que não havia sido nunca... sumisse do peito.

Sumiu? Num dia ai...
¿Eu vi a foto... ele e ela... abraçados... na praia.. tão bonito. E deu uma dor no peito. Pensar que eu queria que tudo não fosse, para os dois, sabe? Eu nem sou monstra assim...deixa ser¿

Deixa ser...

E anda por aí.. pela rua... até que alguém te diga oi... te dê uma piscadinha.. e te adicione no messenger... te dê duas ou três indiretas.. te beije e te faça feliz... por 1 mês só...

Sabe por que né? Por que felicidade num é pra sempre...
Acaba loguinhu... que nem começa! Mais uma desilusão...

Não, não... sem ¿então, desilusão...¿ essa música já foi esquecida com a foto, lembra?

E também, perder mais tempo com alguém que nem sabe o que quer, pra quê? Prender os pés, as mãos... não! Prender pra ter q desatar mais tarde? Não, não. Se não quer... não quer. Vai então!

O negócio agora é entender, por que raios o rapazinho que não existe é tão intrigante. Aquele mesmo, que apareceu nem se lembra quando, e que era tão legal e insuportavelmente ... ahn... emo? E então...

Por que ele mexeu tanto com a ¿estabilidade¿ que existia antes? Por que antes alma gêmea era ilusão.. e com ele.. não era mais?

E, ah, claro... era claro que ele era a alma gêmea.. De outra.. como sempre... sempre...

Tudo é perfeito até o momento que deixa de ser.

Então... oh... quer saber?
Desencana.

E também, amor pra que não é mesmo? Coisa pouca... eu hein...
Deixa estar...
Vai passar...

Qualquer dia desses... aparece por aí.. sem nem esperar....

;)

2006

A estrada continua enfim...
Acho que algumas vezes do que nós precisamos não é de um facho de luz, mas sim, de toda a luz do sol ....
Então... que nasça o dia! Que venha o pôr-do-sol... que os dias se estendam... e que a vida continue... da forma como tiver que ser... Sem sombras de passados que poderiam ter sido e não foram... Sem imagens que perseguem...Sem arrependimentos e sem medo de ser feliz...
!!!MAKTUB!!!


- 30 de Junho de 2006.


E a luz do sol foi encontrada. Foi encontrada, e iluminou tanto que cegou. Cegou de loucura e obsessão por 1 ano e meio a cabeça da pobrezinha. A paixão, cega!

Cega de ciúmes e possessividade. E o quanto ela foi feliz, contentando-se apenas em gostar de alguém. O amor não retribuído nem fazia diferença... Se ele gostava ou não, nem importava tanto, ela acreditava que o amor dela seria o suficiente para bastar ambas as partes.

Se era verdade? Acho que não. Para ele era mais fácil manter amores diversos, com tantas outras por ai. Afinal, o que seria um compromisso?

E era possível tornar-se tão cego a ponto de enlouquecer e não ver as constatações reais? E como.

Tudo só passou quando as dores que não se viam eram tantas que, cansavam. Cansou-se. E do nada...

Em uma noite... alguém resolve se intrometer na conversa ao lado.. e ela sabia...¿se o curso dele mudar de prédio, meu namoro já era...¿.

Para quem já havia desacreditado em almas gêmeas e contos de fadas, o incrível conseguiu mostrar sua face mais surpreendente. Quanto mais se foge, mais se é perseguido.

Fim da cegueira. Início da Nova Era.

Nova Era... dominada de encontros e desencontros... por causa de 15 minutos! 15 minutos!!! E ele não foi meu... por 15 minutos. Por um dia... por um feriado... por um isso.

Encontros, desencontros, e parecia que algo fazia com que ela não esquecesse dele, o tempo todo. Até o súbito tomar de inteiro.

Eu tentei beija-lo à força!
E ele?
¿Não, eu nunca trairia minha namorada¿

E, por que diabos é muito mais legal gostar e morrer por alguém que já tem alguém?

Ela tentou. E disse uma, duas, três, por UM ANO E MEIO... ¿eu nunca mais falo com ele¿....

O telefone toca... é engano.. mas é ele! Sai correndo tromba.. com ele! Na rua... olha para o lado... é ele!

E o acaso... não deixa esquecer... por quê?

Esquecer alguém, usando outro alguém?

Muitos alguéns... um para cada noite. Sem tempo para laços ou esperanças...

Talvez, quem sabe um poeta, mais velho, romântico? Não... não é ele... é só uma tentativa frustrada de talvez.. mas não é.

Melhor, manter as coisas estáticas.. até o dia em que tudo suma do coração.

Um tempo....
Minha amiga, eu te amo.

O bum final. Quando uma amizade deixa de ser amizade, e se torna amor? Quando?

Nem bem sei... mas seria melhor tentar, do que pensar que se não tentou. Tudo tão arquitetonicamente perfeito, porém vazio. Ter-se as modelagens perfeitas, os seus desejos atendidos e não sentir o coração bater... é não viver.

Não se vive, então. Sem vida. Melhor morrer sozinha.
Me desculpa, dói aqui no peito. Dói tão no fundo, machucar quem se quer bem.. e quem é quase um irmão. Mas o coração não ama com Afrodite.

Melhor... manter-se distante, de tudo e de todos. E evitar machucar quem quer que seja... uma distância segura entre um e outro... entre masculino e feminino. Seria assim, até o dia em que o que não havia sido nunca... sumisse do peito.

Sumiu? Num dia ai...
¿Eu vi a foto... ele e ela... abraçados... na praia.. tão bonito. E deu uma dor no peito. Pensar que eu queria que tudo não fosse, para os dois, sabe? Eu nem sou monstra assim...deixa ser¿

Deixa ser...

E anda por aí.. pela rua... até que alguém te diga oi... te dê uma piscadinha.. e te adicione no messenger... te dê duas ou três indiretas.. te beije e te faça feliz... por 1 mês só...

Sabe por que né? Por que felicidade num é pra sempre...
Acaba loguinhu... que nem começa! Mais uma desilusão...

Não, não... sem ¿então, desilusão...¿ essa música já foi esquecida com a foto, lembra?

E também, perder mais tempo com alguém que nem sabe o que quer, pra quê? Prender os pés, as mãos... não! Prender pra ter q desatar mais tarde? Não, não. Se não quer... não quer. Vai então!

O negócio agora é entender, por que raios o rapazinho que não existe é tão intrigante. Aquele mesmo, que apareceu nem se lembra quando, e que era tão legal e insuportavelmente ... ahn... emo? E então...

Por que ele mexeu tanto com a ¿estabilidade¿ que existia antes? Por que antes alma gêmea era ilusão.. e com ele.. não era mais?

E, ah, claro... era claro que ele era a alma gêmea.. De outra.. como sempre... sempre...

Tudo é perfeito até o momento que deixa de ser.

Então... oh... quer saber?
Desencana.

E também, amor pra que não é mesmo? Coisa pouca... eu hein...
Deixa estar...
Vai passar...

Qualquer dia desses... aparece por aí.. sem nem esperar....

;)

2006

Só hoje...
eu queria sumir...
Apagar minha existência do mapa
E recomeçar em outro lugar
Só hoje...
eu queria apagar minha memória
E esquecer tudo que já vivi
Só por hoje...
Queria fechar a porta e as janelas
Me encontrar no escuro
E não ter no que pensar
Mas só hoje mesmo
Queria mudar de nome
Mudar de casa
Mudar a voz.
Ser ninguém, ser nada.
Não estar aqui
E em nenhum outro lugar...
Só hoje...
só hoje...

2006

Hoje eu chorei com a moto do vizinho

Se a Tati Bernardi pode chorar com o caminhão de gás, eu posso chorar com o ronco da moto do vizinho.

E também, posso chorar quando chega oito e meia e meu celular não toca... ou quando é quinta a noite e eu estou sozinha...ou quando toca a campainha e não era pra mim...

Se eu posso chorar por estar sozinha, eu posso ficar triste por passar na rua 8... e ficar mais triste ainda quando escuto Iron Maiden. Posso ouvir alguns cd's e ainda pensar, ele iria gostar dessa música...

Se eu posso pensar no que ele iria gostar, eu também posso sentir falta do melhor abraço que já recebi, do olhar mais profundo e das piadas mais engraçadas que já ouvi...

Acho, que se posso sentir falta de um abraço, posso me sentir no direito de dizer que "vai ser difícil sem você...porque você está comigo o tempo todo". E ainda, não sei...só sei que falta um pedacinho aqui dentro, bem lá dentro que fica doendo toda vez que alguma moto passa do lado do carro... e toda vez que eu lembro do seu som.

É, a Tati está certa... gostar dói. E dói bem aqui.

2006

Por que eu vim?





Hoje eu descobri, que eu vim ao mundo...

Só para poder olhar o céu e ver balões, e o sol logo atrás...

Com isso, comecei a pensar, e cheguei à conclusão que talvez eu tenha vindo para ser derrubada e levantar muito mais forte.

Para errar e errar cada dia mais, e ter o prazer de arrumar tudo, errinho por errinho, um a um.

Para ter vontade de morrer, sumir e fugir, só pelo prazer de voltar mais viva, aparente e com força.

Olhando ao meu redor, eu descubro que eu vim só para poder achar graça nas coisas mais idiotas da vida, como uma joaninha ou uma folha.

Eu vim, só para ter o prazer de sentir uma gota de chuva, o sabor do açúcar e a maciez de um travesseiro.

E então, sentar na grama, sentir o cheiro de terra molhada e olhar para um céu estrelado.

Ouvir as ondas do mar as melodias de um violão, de uma guitarra e uma voz, pegar areia nas mãos, tentar enxergar através da neblina e parar na vidraça gigantesca da secretaria e ficar olhando o sol ir subindo lentamente até as oito da manhã.

Eu vim, para dar um abraço forte nos meus pais, um ombro amigo para meus irmãos e uma força para as pessoas que aparecem na minha vida ofertando-me um sorriso.

Eu estou aqui, nesse mundo, para chorar e sofrer e aprender que tudo isso é passageiro e que tudo depende de um ponto de vista.

E que tudo depende de paz, serenidade e bons pensamentos.

Eu só estou aqui, porque seria injustiça demais me privarem de um mundo tão lindo e tão corriqueiramente sublime como este.

2006

Hoje eu quis te ligar..

Pra perguntar como você está
Como foi o serviço
Se as coisas estão bem
Se o filhinho do seu amigo já nasceu
Se o seu outro amigo está melhor
Só pra saber se hoje você está menos cansado
Ou pra perguntar se o pulso voltou no lugar
Queria te ligar só pra ouvir a tua voz
E implicar com o teu sotaque
E rir das suas piadas sem graça
Na verdade, talvez queria te ligar
Só pra sentir um pouquinho do seu calor
Porque anda tão frio por aqui...
É, eu queria te ligar...
Nem que fosse pra você desligar na minha cara
E rir de mim depois, mas eu queria te ligar.
Mas, talvez não ligue...
De medo... medo de tudo um pouco.
Medo de não ser mais o mesmo.
Medo de não ser mais como era
E eu não ter liberdade de te ligar
Só pra dizer que eu gosto de ouvir a sua voz.

2006

Ow... escuta aqui!


Ela percorria todos os dias os mesmos locais, andava sorrateiramente sobre os mesmos paralelepípedos da calçada. E tentava nunca olhar para as pessoas que passavam na rua. Olhar para os lados poderia ser perigoso.
E o quê a espreitava mais ali adiante?
Talvez, só o seu medo de seguir em frente e manter a cabeça reta. Só havia medo!

Ô menina, escuta aqui...
Dá pra olhar por onde anda, por favor?
É, tira esse cabelo ai da cara...
Ta escutando? Se tá escutando, por que não faz?
Burrice!

Medo... na verdade... tem medo? Medo de ver as coisas darem certo. Ou, medo de ver as coisas NÃO darem certo. O futuro é incerto, não é? Totalmente, incontrolável. E isso, é desesperador. Mas chorar de medo também não adianta.

Hã, medo! Sentimentinho baixo, vil e bundão! Bundão! Grande assim, bem assim mesmo. Vai sentir medo de ser feliz, é ser burra mesmo! Procurar chifre em cabeça de cavalo, só falta procurar fidelidade em atitude de homem. Burra!

Ô menina, se conforma...
Sinceridade, não existe. Não.
E nunca existirá.
Sinceridade é que nem felicidade, é que nem beleza, é que nem amor.
Cada um tem o seu. Cada um vê do lado que quer.

Mas, nem me venha falar de sinceridade, honestidade e altruísmo. Estava falando mesmo, das pedrinhas que ela vive olhando no chão. Prefere olhar as pedras do que transpô-las. É mais fácil assistir, do que agir. É mais fácil desistir do que tentar.

Não é?
E quanto custa tentar?
Se o toda a batalha é feita de dores... se é pra sofrer, que sofra tentando.
Se é pra morrer, como o fluxo natural das coisas, que morra fazendo.
Se é pra ter medo, que tema amando.

Ouviu?
Tenta né... fazer o que ...
Quem sabe...
Tudo sempre vai ser igual...

"Nada será como antes... tudo será sempre o mesmo..." (V.G.M.)

2006

Bom dia Senhora Vazia!


Gostaria de saber, como se sente hoje?

Soube que o coração lhe dói demais ultimamente, na certa, é um reflexo dos eventos ocorridos no ano anterior.
Eu sei que a senhora vem sufocando há tempos um sopro dentro de seu peito. E, de certo, deve ter descoberto que sufocar o que a sufoca não leva a nada... hora ou outra o sopro sai do peito em forma de berro. E o que sobra aí dentro não é nem mais vento ou ar, é nada! Não é mesmo Sra. Vaziez?

Creio eu, que agora descobriu que lidar com o nada é muito mais complexo do que se lidar com o tudo. Começar de onde todas as coisas nascem, não é como brincar com pedras na rua, é como empinar pipas entre postes elétricos.

Talvez, ainda pior do que lidar com o nada, seja lidar com essa culpa que, eu sei, vem a corroendo o peito. Culpar-se não por sua dor, mas pela dor alheia. Matar ¿ quando se tem consciência ¿ dói mais do que morrer.

Não adianta amontoar as dores no peito e forçar o enfarto, morrer não apaga a culpa. Neste caso, só a compreensão serviria de borracha. Compreenda, pois, minha cara Vazia... há coisas que devem ser compreendidas, digeridas e enterradas. Águas passadas não movem moinhos, não é?

E talvez, seja a hora de pensar nos erros e perdoar a si mesma, e colocar tudo terra abaixo, para que germinem novas sementes, flores e frutos.

Mas, entretanto, este não seria um assunto agradável para se tratar logo que o sol nasce e o estômago ronca. Gostaria, na verdade, de desejar-lhe um bom dia, uma boa semana, um bom mês, ano e ...enfim.... lembrá-la que apesar da escuridão de suas veias, o sol ainda pode dourar teu corpo, mas, isso não acontece se você não sair de casa e não doar suas formas ao ar e à natureza e encher seu peito de força bruta.

Pois como disse certa vez um livro, o que importa não é a partida nem a chegada, mas a travessia. E a travessia Sra. Oca, não é nada fácil, mas sem dúvidas é a mais intrigante.

Colocar os sapatos e começar a caminhar foi o que me disse uma vez, lembra-se? E ao invés de caminhar em estrada longa, optou pela esteira imóvel. Remoer sentimentos é como uma lagarta não aceitar que se tornou borboleta.

Pois bem, é apenas um conselho... de quem quer bem.

Se cuide...
E vá viver!
Melhoras...

Razão.

2006

Caixa vazia

Centro da cidade. Meia noite e vinte e seis. Um pequeno bar. Mesa à direita. Ela balançava, freneticamente, as pernas, e olhava incansável para todos os lados, procurava algo para agarrar-se.

Naquele momento, sentia-se como uma náufraga em meio a um grande oceano, cansada de nadar, sem bóias para se apoiar, e sem saber para que lado gritar.

Era um vazio interno, a cabeça e o coração, e neste instante, ela procurava algo que pudesse suprir algo tão grande que ela não tinha.

As mesas ao lado, cheias de pessoas sorrindo, tantas pessoas e a cadeira ao seu lado vazia. Como tudo ultimamente. Não que ela não tivesse amigos, ou família, mas é que, naquele momento, nada seria capaz de preencher a confusão de suas idéias.

Ela procurava alguém para repartir as indecisões, as dúvidas e as tristezas, então, olhava para todos os lados. Ele pode ser o próximo rapaz que vai entrar pela porta...e se o guardanapo cair, ela se abaixar, ele passar, ela não não ver, e o homem que ela esperava passa desapercebido? Disso, ela tinha medo. De deixar as oportunidades escaparem, e também, como saber qual é a oportunidade certa?

O velho de trás do balcão do bar a olhava, o jovem na mesa de sinuca a observava, o rapaz da mesa ao lado sorria incessantemente para ela. E ela...sabia que poderia ter todos eles, e até mesmo o homem que acabara de sair do banheiro, talvez até, o garoto que beijava a namorada no canto esquerdo do bar. Ela poderia ter quem quisesse, mas, não queria ninguém.

Tanta gente ali, naquele momento, mas ninguém capaz de despertar seu desejo, seu interesse ou sua simpatia.

Era começo do ano, e sua vida mudara tanto em tão pouco e tão curto tempo, que não havia rumo, e ela não sabia nem mais do que gostava. Se preferia a cor preta, a roxa ou a cor-de-rosa, se gostava de chocolate ou limão, e como tomar decisões quando nem se sabe do que se gosta, quando nem se sabe quem é?

Pensou em levantar-se ir ao banheiro e perguntar ao espelho: Quem é você?

E por que ela tinha que responder isso agora? Ela tentou durante anos soterrar seus desejos frustrados, em sucessos banais, e ai? Do que adiantou? Eles continuam batendo na porta todo final do dia.

A rotina mata os nossos sonhos, e ela tinha medo de acabar com todos eles de uma vez por todas, afogá-los num emprego monótono, num salário baixo, num relacionamento sem paixão e em muitas outras noites de bar, mesa, pessoas olhando e coração vazio.

Ela lutou tanto por tudo que quis, e acaba apulhada por algo aquém de suas mãos. O vestibular, a faculdade, o dinheiro...parecia que o destino, vagarosamente, a levava para o caminho oposto. Ela tentava nadar contra as correntezas, mas era tão difícil...

A formatura era na semana que vem, e o que seria desse ano? Tudo que ela sempre quis, caiu por terra. E agora, o que Lea queria mesmo? Estava tudo tão confuso.

O menino da mesa de sinuca levantou-se, chegou em frente dela. O rapaz da mesa ao lado perdeu o sorriso, e o velho do bar parou de olhar. Ela já previa o que ele iria falar, ela levantaria, jogaria uma ou duas partidas, conversaria com ele, se surpreenderia com a idade mínima do garoto, o beijaria, diria duas ou três palavras de carinha. Trocariam os telefones, iria para casa, e nunca mais o veria.

E é assim, o ciclo dos corações vazios. Têm-se qualquer um, menos quem realmente se quer, e quem se quer, ainda não apareceu. E poderia não aparecer nunca.

Quem sabe, o garoto não seria sua bóia. ¿Joga uma partida?¿ Não. O mundo é previsível demais. Assim como as novelas da TV e os filmes americanos, mas na vida, o final não é tão feliz como nos contos.

Se ele, ao menos, tivesse perguntado o nome dela antes. Talvez ele fosse o cara certo. O melhor, é sempre fazer o oposto do que esperam que você faça, a surpresa é sempre o maior presente.

Então, ela pensava em fazer tudo ao contrário do que esperavam que ela fizesse, mas, no momento, ela nem sabia o que esperavam, quanto mais o oposto disso.

Tudo tão, tão disperso e confuso. Ela queria tanto entender porque o coração manda tanto em nossas cabeças, em nosso humor e em nossa vontade. E por mais que tentasse, não conseguia fazer o coração bater como batia há alguns anos. Sentir o frio na barriga, a mão suando, a ansiedade, a saudade.

Tudo se fora com a última desilusão, e parecia que não voltaria nunca mais.

Que carreira seguir? Que trabalho batalhar? De quem gostar?

Os ponteiros do relógio se mexiam cada vez mais rápido. As escolhas precisavam ser feitas.

¿Qual seu telefone? Preciso ir. Me liga. Tchau.¿

Viver o mesmo, da mesma forma em dias diferentes.

Quem é você?

2006

Então é ano novo, acúmulo de frustrações, complexos, tristezas de um ano todo.
Fogos gritam lá fora, e eu aqui dentro implorando por um grito no escuro dessa casa.
Olá, como você está? Eu por aqui, nesse nada.
Poucas horas pra lembrar, desse mesmo dia, que um dia foi tão feliz pra nós. Ou pra mim, só pra mim.

É um ano que se vai, e não ter a quem se quer é a esperança de agora.
Me desiludi, tanto com que amei. E sentir assim, a mão suando, o coração batendo, soa tão utópico quanto fazer notas encaixarem nesse refrão.
E é, tão pior, deitar a cabeça e não ter com que se sonhar

Feliz ano novo pra você, ou devo dizer pra mim. Saúde, paz e sorte, para alguém que não se quebra mais
De 6 em 6 espero outra vez começar como nunca foi igual. Não te digo eu te amo, sem tão juras, estrelas, falas. É um esforço que o tempo pede.

2006

Dezembro de 2005
Fazer faculdade é uma dessas experiências que a gente leva pra vida inteira. É algo que não vamos conseguir esquecer nunca e muito menos apagar as marcas que ela deixa em nós. Desde os aprendizados em sala de aula, e os aprendizados fora da sala.
O texto acima eu escrevi depois do primeiro dia de aula, as expectativas eram muitas, e ao ler eu fui lembrando de cada pouquinho que passei...

No primeiro ano, a minha vontade era acabar o quanto antes para que pudesse fazer uma faculdade que realmente gostasse, afinal, a impressão que eu tinha era que aquilo não passava de uma extensão do ensino médio, já que, as matérias eram muito semelhantes às que eu já estudava e conhecia, nem precisava de muito para conseguir tirar notas altas. Comecei na faculdade namorando, terminei solteiríssima. Mas o importante, foi que conheci uma pessoa muito especial lá dentro que continuaria a me acompanhar até os últimos segundos lá dentro, sem ela, eu não teria conseguido sem dúvidas, pra ver a importância é só ler o texto do primeiro dia, ter encontrado a Ly gótica foi um marco na minha vida.

No segundo ano, as matérias se tornaram mais interessantes, e as reviravoltas que a minha vida sofreria em 2003 tornariam esse ano, digamos, especial! Conheci pessoas novas, me soltei de velhos padrões, e cai de cabeça no metaaaaal! Entrei pra Mirror, e principalmente, dei o pontapé inicial no Festival Feminino. Descobri os encantos da Teoria e da Crítica Literária, e tive a oportunidade de ser aluna de uma das melhores professoras que aquela faculdade já teve, a Juliana ergueu aquele curso e o tornou um dos melhores da região.

No terceiro ano, a minha vontade de continuar no curso acabava a cada aula, as matérias voltadas exclusivamente para a licenciatura me deixavam cada vez mais desanimada, os estágios em escolas me irritavam e eu já estava certa de que não queria ser professora, definitivamente. Tentava passar o menor tempo possível em sala de aula, e o pátio se tornou um atrativo maior, ainda com a amizade que construímos com o pessoal de outros cursos, a época que o Rafa ainda estudava lá, e o violão havia virado material essencial para qualquer dia de faculdade. Apesar, de nesse ano estabelecer um vínculo maior com a faculdade quando promovemos o sarau poético com a faculdade e o centro literário, quando participei da semana de letras, desenvolvi projeto de iniciação científica, cantei à capela na recepção de calouros, me apresentei com 2 bandas no palquinho do pátio e ajudei a promover as ¿terças-culturais¿. Ainda, foi o ano que conheci a Marcela, quando juntaram as 2 turmas e construímos uma grande amizade.



No quarto, e último, ano, se a vontade já era pouca, saber que estava quase no fim a tornava cada vez menor. Ficar em sala de aula irritava, entristecia e enjoava. Ainda com o agravante dos cortes feitos no curso, quando nossa coordenadora foi demitida, e gostávamos tanto dela! Grande parte dos professores foram embora, as condições das classes caíram muito, ficar em uma sala minúscula no fim de um corredor menor ainda acabava com qualquer bom humor. De novo, o pátio ainda era a maior atração. Os estágios de regência se tornaram detestáveis, as minhas faltas aumentavam a cada dia, e eu não via a hora que acabassem as aulas, ao mesmo tempo que, não queria deixar os amigos que havia feito por lá.

O que vou levar da faculdade? Além das lições de orações subordinadas substantivas, e de anáforas, ou de parâmetros curriculares e projetos de aula, acho que o mais importante mesmo foi o que eu aprendi com meus colegas! O resto? Qualquer livro ensina...
No momento, estou muito triste por ver aquele prédio como não sendo mais meu prédio! O nosso cantinho perto dos arbustos... que, não vai ser mais o NOSSO cantinho.... As noites que não vão ter mais as risadas, a certeza de ter com que conversar e rir e contar, e enfim...
A saudade parece que vai ser cada vez maior...
E a cada dia que se aproxima do próximo ano, parece que a distância entre todos nós aumenta....
Vou sentir muita falta!
Deixo aqui, minha homenagem mais do que especial a todas as pessoas que estiveram presentes nesses curtos 4 anos:

Eliana, Marcela, Renata, Fernanda, Aline, Adriana, Riviz, Ana Maria, Rapha, Milles, Lau, Fabiana, "Amada", Camila, Marco Aurélio, Rose, Viviane, Carol, Natalia, Alexandre, Juliana, Nádia, Davi, tanta, tanta gente que esteve presente... eu poderia citar todos os nomes!
TODOS vocês são muito especiais! =)
=*
Obrigada por tudo!

2006

"Tudo é dor, e toda dor, vem do desejo de não sentirmos dor..."

Há uns 2 anos atrás, eu me lembro que estava lendo o blog do Renato, hoje extinto, e ele escreveu essa frase, que eu nem me toquei, no momento, que era da Legião Urbana, só sei que isso me tocou tão fundo. Durante muito tempo pensei nisso.

Pensar que a única certeza nossa nessa vida, além da morte, é a de que vamos sofrer. E pensar nisso pode ser tão desesperador... O que se tem na vida é a dor. Tem uma frase que eu nunca consigo me lembrar se é da Lya Luft ou da Clarice Lispector, mas ela diz algo assim: "As coisas estavam tão boas, que poderiam se tornar muito ruins a qualquer instante, pois tudo que amadurece plenamente tende a apodrecer".

Uma vez, na primeira aula de redação do primeiro colegial, prestes a completar 15 anos, a professora me perguntou: Do que você tem medo?
Medo? Da felicidade. Estar feliz é quase a mesma coisa que dizer que, logo, estaremos muito tristes. A idéia de poço e superfície. Quando se está no fundo do poço só podemos subir, enquanto se estamos na superfície, só temos a cair cada vez mais.

E na verdade, eu sempre fui de acreditar que o inferno é aqui, na própria terra. E felicidade? Só depois que se deixa essa vida. Até parece difícil, mas se pensar, o que vem a ser a tal felicidade plena, han? Eu nem sei do que se trata. Sentir-se plena e feliz em todos os segmentos da vida, relacionamento, família, emprego, carreira, estudos, amizades... acho que nunca.

E, por quê? Só a tristeza ensina. É sentindo na pele, chorando e tendo dor, que se aprende a não cometer os mesmo erros. E então, evitamos cometer os mesmos erros, para não sentirmos dor. Erramos para evitar que erremos mais tarde. E, repito, Tudo é dor, e toda dor, vem do desejo de não sentirmos dor.

2006

Coisas que você queria saber sobre feminismo, mas não tinha pra quem perguntar.


Antes que fale qualquer coisa do gênero, é bom que fique bem explícito:
Feminismo:do Lat. feminas. m., sistema que preconiza a igualdade de direitos entre a mulher e o homem;

Portanto, não me venha com a história de que feminismo é machismo ao contrário, ok?

Podemos prosseguir então, a verdade é que sempre me senti uma a ovelha negra do movimento Riot Grrrl. Acho que porque sou contra todo e qualquer tipo de extremismos, e afins. Não sou adepta de revoluções drásticas, rebeliões, queima de sutiãs e tudo mais.

Assumidamente, faço regimes, uso maquiagem, tiro a sobrancelha, uso sainha, combino cores, um salto aqui ou ali, e tudo mais. Sempre me criticaram por isso, mas, eu do fundo meu coraçãozinho não acredito que as coisas conseguem ser mudadas com atitudes extremistas.

Acho que tudo no mundo vive em processo harmônico, lei da compensação, Lei de Lavoisier, Leis da física, Lei de ação e reação, uma ação minha acarreta em uma reação do próximo e assim por diante. Se eu der um soco em uma pessoa, não posso desejar receber um beijo em troca, o que eu faço eu recebo, e quase sempre, em dobro.

Para que, então, iria eu bater de frente com algo, se o que vou encontrar é só mais resistência? Eu penso que, o mundo está tão violento, que as pessoas não conseguem mais separar essas linhas de normalidade e brutalidade do comportamento humano, com a vida que a gente têm hoje em dia, putz, acordar e ver uma pessoa morta acaba sendo banalidade.

E agora, me dizem que eu deveria lutar contra padrões. E eu luto. No workshop sobre feminismo em Piracicaba, a Elisa nos pergunta, quem se considera feminista? Feminista nas ações mesmo, não na pose, mesmo nos pequenos detalhes. Eu parei um bom tempo pra pensar, e vi que eu não era como nenhuma daquelas meninas que estavam ali. Todas elas com suas namoradAs, usando roupas masculinas, gritando letras de harcore revoltadas, falando de união enquanto olhavam torto para mim e pro meu namorado. Se aquilo era ser feminista, eu definitivamente não sou. Nunca fiquei com outra garota, posso ter usado roupas masculinas, mas nunca com o intuito de realmente parecer masculina, já gritei letras de hardcore e hoje não acredito que apenas gritá-las seja suficiente, já falei em união sim, mas nunca olhei torto pra qualquer tipo de pessoa ou atitude.

Em compensação, nas poucas aulas que dou, falo para as meninas sobre conscientização e sobre não deixar o irmão mais velho, ou mais novo levar vantagens apenas por ser homem. Ensinei minha irmã a não se deixar submeter a qualquer atitude machista e principalmente a não ser submissa a irmão, pai ou namorado. Montei zines de auto-ajuda, que não tentavam modificar a massa e dizer coisas que todo mundo já está careca de dizer, mas tentava modificar a pessoa. E começar a considerar a menina como um produto do meio em que ela vive e a partir daí tentar modificar algo. Como chegar a uma menina de 14 ou 15 anos no pico da adolescência, com os hormônios a mil e falar para ela que tudo que ela gostou desde pequena não passa de um padrão para torná-la submissa à própria sociedade em que vive? Que as bonecas que ela brincava na infância eram estereótipos de beleza, que criavam na mente dela parâmetros de beleza associado a supremacia; ou que seu ídolo, seja quem for, por exemplo, a Sandy, era apenas um modelo de submissão para que ela se tornasse apenas mais uma, como dizer isso ?

Diretamente? Não! O choque é grande, e as raízes são muito mais profundas. Por isso eu prefiro acreditar que as melhores formas para se modificar algo nesse mundo é utilizar-se das mesmas ferramentas, partimos de algo em que ela acredita para mostrar algo que vai além do que ela já tenha visto.

Já chegaram a me dizer que os festivais que eu faço são apenas fachada, que eu me utilizo de roupagens feministas para atrair público e por fim, não faço mais do que política de pão e circo. E digo, que quem diz isso parte dos mesmos extremismos que mencionei lá em cima, exemplos básicos para compreensão de fatos:

1) Uma menina acostumada a passar horas na frente da televisão assistindo MTV, venerando bandas de países que ela nem sonha existirem, sabe por meio de um amigo, que soube por um amigo, que viu algo em algum poste da cidade, que haveria um festival de rock em algum lugar. Ela vai até lá e vê rapazes tocando, e junto deles garotas, meninas da sua idade, ou mais velhas, ou mais novas, em cima do palco, tocando guitarra, cantando, então ela percebe que ela também poderia fazer isso, e por que não?

2) Uma menina inconformada com a forma que o pai trata a mãe ou a ela mesma, sai em um final de semana com seus amigos para curtir um festival de rock e acaba recebendo um zine, ouvindo alguém no palco falar, e percebendo a movimentação de garotas, se dá conta que o que acontece em sua casa, é o mesmo que ocorre em todas as casas, e resolve se unir ao movimento em geral e fazer a sua parte.

3) Essa é a sua história...

A minha história? Eu descobri que algo estava errado somente quando eu tomei o meu primeiro pé-na-bunda daqueles bem doloridos. Somado a isso, algum amigo me mostrou uma fita de uma banda revoltadinha, eu me identifiquei, e comecei a ver que as coisas eram maiores do que elas realmente são. E tentar acabar com tudo em um só, com um só grupo de garotas, com uma só bandeira, um música, é impossível!

O que eu posso fazer? É escrever um texto, para 2 ou 3 pessoas que talvez pensem sobre ou isso, ou talvez não. E dizer que pouco a pouco, eu tento fazer a minha parte.

2005

Do falso moralismo e da sociedade em que realmente se vive.


Não sei se sou só eu que acha assim, também deve ser porque sou meio paranóica, e adoro achar coisa onde não tem coisa alguma. Mas, eu, desde pequena, sempre achei que havia algo maior por trás de todas as coisas, não como uma pérola dentro de uma concha, não! Mas como algo que vai muito além dos olhos.Um submundo, que vive, que age muito além dos nossos olhos. E vai manipulando as almas assim de pouco em pouco...Posso até estar falando de um mundo espiritual, de vida após a morte e coisas que você assiste na novela nas seis...Ou até falando na Matrix, ou coisas de ficção científica, que você lê em livros, ou que vê na televisão e ouve no rádio.
Mas neste texto me restrinjo a falar das pequenas coisas. Será que o que você pensa é realmente o que você pensa, ou na verdade é o que os Outros querem que você pense? Será que os textos de revolta, as passeatas revolucionárias, os líderes esquerdistas são realmente contra o Poder? Será que você é você mesmo? Ou será que as músicas que você ouve são realmente o que você ouve? (lembrando do filme ¿Josie and the pussycats¿)
Eu, no show do Dead Fish, vários adolescentes de 11 a 17 anos pulando, cantando, se batendo e se matando enquanto o vocalista pergunta: "Vocês realmente vivem? Você acha que está vivo? Você tem um trabalho que te respeita? Uma escola digna? Um governo justo?..." e todos os adolescentes gritando desesperadamente!
Vive?
E a pergunta vai muito além disso! Será que o que o carinha da roupa super transada, da atitude super punk, das letras revoltosas e discurso inflamado, será que tudo isso é real? Será que a letra das músicas punks, as pixações nos muros, os textos underground, são todos eles reais? Ou são na verdade um veículo fabricado por alguma coisa que acontece muito mais embaixo da sua capacidade de compreensão e absorção de idéias, e tudo é criado para te dar a impressão de que você pensa, e de que existe vontade de mudança e pessoas inconformadas com as fórmulas de manipulação?
E se tudo na nossa vida for milimetricamente calculado para ser de um e não de todos?E se esse meu texto na verdade não for meu, e só algo que me induziram a pensar, já propositalmente, para algum fim maior do que eu posso comprender?
Já parou pra pensar nisso?
Eu já!

2005

Ela olhava as folhas pálidas do caderno, e tentava achar palavras que saíssem da grafite e manchassem as linhas, tomando formas de letras. Tentava achar palavras que descrevessem o que sentia quando seus olhos encontravam os dele.
Poetas!
Tão bonito olhar de poeta. Parece que advinham os anseios da alma com apenas um olhar.
E tanto que ela queria explicar o que era aquela vontade de sorrir, de elevar as extremidades da boca até os olhos e sentir os olhos brilharem.
Ele me causa isso...
Talvez não fosse a primeira vez que sentira isso, e provavelmente, não seria a última. Mas, no momento, parecia ser o pleno!
Queria descrever cada traço do rosto dele, e a sensação de ohar para trás e ele estar olhando. E o sorriso...
Aquele sorriso... Sorriso de poeta...
Somado a olhar de poeta...
Só pode ser paixão! Paixão por poesia...E era o que ela procurava agora...fazer poesia com as sensações que tem quando lembra dele. Mas, o certo é que ele faria uma poesia muito mais bonita...
Melhor ficar assim, sem escrever nada.
E manter tudo dentro da cabeça e dos sentidos, deixar intocado e único.
Como se fosse a primeira vez...

2005

E dá uma dor
De pensar que se machuca
Quem se gosta
Mas é tudo tão vão
Tão difícil acreditar em palavras
Palavras sempre longe
E acreditar em quÊ?
Queria acreditar em você...
Acreditar na integridade das pessoas
E te dizer 'sim'
E aceitar dividir a minha vida com a sua
Qual das suas vidas vou ter comigo?
Tão difícil confiar
Acreditar em palavras
De longe, que saem dos dedos
E me atingem o coração
E se eu dissesse que eu
Realmente me importo?
Que eu quero ficar com você?
Dor?
Pisaria emmeu coração e seria dúbio?
Duplo, e alguém e eu queria tanto
Conhecer melhor...

2005

Quarta-feira, Julho 13, 2005


SOMA

mais um ou dois comprimidos
E tudo estará bem daqui a pouco
Pessoas sorrindo
"O mundo quente, infinitamente acolhedor"
Fechar os olhos e
Agora todos estão felizes

E é mais fácil aceitar
Aceitar que a vida é mecânica
E segue como uma engrenagem sólida
Mias difícil é aceitar que ela é uma aula
Daquelas construtivistas

Como 50 minutos de uma aula de filosofia
E essa é a vida
Tão curta, tão imprvisível
E tão óbvia
E o que vem a ser filosofia de vida afinal?

Soma
Para apagar minha consciência de vida
E me fazer acreditar que a luz é um evento mecânico

Soma
Para me fazer acreditar que a aula da vida é "hora do recreio"

Tudo acaba sendo tão perfeito
E tão certamente feliz
Quanto foi possível transformar.

2005

E penso que seria mais fácil
Fingir que a vida é mecânica
E segue como uma engrenagem sólida
Mais difícil é aceitar que ela é uma aula
Daquelas construtivistas
Piagetianas

---------------------------------x----------------------------------

E vem me dizer que perdi
Minha vida lutando para ser o que sonhava
Mas que sonho não se põe em ação, sonho acontece
Me diz que gastei 21 anos
Tentando achar um eu
E que esse eu não tem definição
E que ser eu, não tem nome
Nem etiqueta
Se sou, sou eu
E aí, crises de quem são os outros...
Ou quem os outros querem que eu queria ser
E por fim, acabo sendo...

-----------------------x---------------------------------

Tão mais simples construir emoções sob solo concreto
Mas tão impossível encontrar verdade em chão espesso.
Sinceridade em grãos de areia, instabilidade e profundidade
Areia pequena que não se divide
Ilusões em imagens de areia
Sinceras e ilusórias
Acreditar que as coisas são mais simples do que se mostram ser
Um mar, areia, sol e uma mão para dois.
Melhor sujar os pés de lama e caminhar por entre concreto.


Todas sem começo nem fim...

2005

Esse sentimento novo:
VAZIEZ
Como se houvesse um rombo dentro da gente
Como se tudo fosse ar, um buraco grande
No meio do peito.
E tudo que se quer, não se tem.
E, afinal, se quer?
Ou é apenas idéia fixa, daquelas bem utópicas
Que grudam no interior do cérebro e no fundo do coração
E de lá, não saem por mais que se tente
VAZIA
Como se tem tudo, e não se tem nada.
Sem aquela sensação de pés nas nuvens
Parece que nunca mais vou saber o que é aquele
friozinho na barriga
Que saudades daquele friozinho na barriga
com a vontade de mais uma vez
VAZIA
E parece que NUCNA MAIS
Se ter tudo, e não se ter nada
Procuro apagar da mente, e apagar o quê?
Não há nada!
Como é difícil mudar!
Como é difícil crescer, e conhecer esses
lados difíceis, de indecisão, de mudanças
O que eu sou?
O misto de nada
E a idéia de ontem
Personalidades capitalistas
Compro e vendo
Vendo vazio, compro vazio
VAZIEZ MÓRBIDA...
Dúvidas, nenhuma certeza
Nenhuma certeza
Persistência, vazio e solidão
Quando se sente com tanta gente
E ao mesmo tempo...
Com ninguém
Tão vazia por dentro
E tudo que eu queria era alguém
Que me amasse
Melhor..
Alguém que EU amass,
mas, VAZIEZ
Torpe nada
Parece que me tiraram o coração
E colocaram um amontoado de
Pedras duras....

2005

Seria capaz de parar o tempo
Fazer as coisas permanecerem como estavam ontem
Eu parada, olhos estáticos
Você
A única coisa que queria pedir
Você
E permanecer assim
Olhando, sonhando com um dia em que te terei por perto
Mais perto do que a imaginação permite
E te manter aqui dentro
Te chamar de meu menino
E saber que naum existe um outro lado
Ter a certeza que esse nó que prende minha garganta
Desaparecerá
E que todas as nossas diferenças não farão mais sentido

Tentar esquecer parece a melhor coisa a se fazer, como se fosse fácil. E também, não que seja difícil esquecer, mas, mais difícil é não querer esquecer! Essa sensação de que as coisas não acabaram por ai, e que ainda tem algo a mais para se lutar...Devaneios de adolescente...Talvez porque é mais fácil acreditar que tudo vai ter um final feliz e que existem forças estranhas que me trazem até ele, do que aceitar minha condição ínfima de pessoa negada. NEGADA!

Quando tudo que mais queria era te tocar
Te ter assim tão perto e sentir não poder
Negada de seu calor
Prazer proibido, intocável
Você
Meu menino dos olhos profundos
Tanto que te procurei
E tanto que não te tive

O quanto me dói ouvir que os meus sentimentos não são tão verdadeiros quanto os proclamo. Ai, se não fossem! Minha vida estaria, agora, tão repleta e tão plena. Não haveria poréns, ou, talvez... Feliz? E o que vem a ser felicidade, afinal? Filosofias torpes... Banalidades...É melhor tentar enganar, fingir que tudo já se foi, do que adimitir que o que sinto não se apaga de um dia para o outro. Procurar em tantos outros o que na verdade, sei que encontraria em você.

Tão ignóbil, tão vazia
Seguindo a trilha de marcas vãs que me deixou
Vagando a procura de seus passos
Na espera de seu beijo
Procurando em outros lábios
Os seus
Que não são meus
Permanecem do outro lado
Negada!

Ilusão. Acreditar que as coisas dariam certo, e que o amor seria recíproco. Amor? Mais teorias complexas da psicologia humana, ninguém explica. Alguém sente? Sente aquilo que se acha que é, mas se não sabemos o que é... mentira! Ilusão e sonho. "Sonhos são ruins, quando tudo que eles fazem é esconder a verdade". Volto a usar palavras que não são minhas para explicar sentimentos que são SÓ meus. Unidade sentimental. Queria que você sentisse isso.

A luz dos olhos
O coração que pulsa
A mão impaciente
As idéias confusas
Palavras que não se unem
Insegurança
Sente?

Deveria. Na realidade, deve sentir... Sentir o mesmo quando, está do outro lado! Preso, acorrentado, longe, pertencente. Não, não sou eu. E entender o que? Malditas esperanças, e cretinas essas coincidências que teimam em te trazer para mim. Antes trouxessem e não mais levassem. Crianças. Eu, inconsequente, ingenua e apaixonada. Você...

A única coisa que queria pedir
E permanecer assim
Olhando, sonhando com um dia em que te terei por perto
Mais perto do que a imaginação permite
E te manter aqui dentro
Para te chamar de meu menino, dos olhos profundos...

(escrito em: 16/06/2005, quinta-feira, 07:20h)

Aurora Prisma

Aurora Prisma

Quando o sol começa a cair, parece que a escuridão que toma o céu, aos poucos, toma conta da minha alma. Vem batendo uma tristeza, uma solidão. Uma vontade de olhar pro outro lado da cama e ver um rosto sorrindo. Quanto tempo não vejo um rosto sorrindo... nem meu próprio rosto sorri, e espelhos, ultimamente, não são bem-vindos. Eles me mostram a realidade que não quero ver. Teto, branco. Cama, macia. Porta, fechada. No chão, os sapatos. Na parede, um desenho. Desenho que ele fez, tão impessoal, tão frio. Olhos distantes...
...
Gosto muito de observar o tom alaranjado do pôr-do-sol derramado no céu, que escurece gradualmente. Gosto de sentir a brisa e observar as primeiras estrelas surgirem. Sinto que cada uma delas sorri e pisca para mim. É um tanto piegas, eu sei, mas é meu jeito. Muitos de meus amigos e até ex-namoradas me acham grudento, meloso e até mesmo um tanto ¿afeminado¿. Afeminado por amar ao extremo e querer ser amado? Em meus relacionamentos fazer com que minha parceira seja a pessoa mais feliz do mundo é prioridade. Mas... parece que elas não gostam disso! Preferem ser rejeitadas, maltratadas do que a certeza do meu companheirismo.
...
E lá vou eu de novo pensar nele, e tudo é muito inevitável! Tudo que eu olho me faz pensar nele, talvez, não por ele, mas pela falta que eu sinto dele, quem sabe, nem a falta dele em si, mas falta de alguém... Falta de um braço quente pra aquecer esse meu braço que está latejando de frio. Preguiça de me levantar e pegar um cobertor, mas, logo já tenho que sair, nem compensa levantar. Melhor manter essa posição estática, olhando o chão. Ou seria os sapatos?
...
Ouvindo este CD faz com que me lembre dela... Essa música tocava em meu carro no primeiro encontro. A noite estava enluarada, algumas estrelas tímidas presenciavam aquele momento especial. Duas almas que haviam acabado de se conhecer, mas que de tão perfeitas fundiram-se imediatamente. Seria a mulher da minha vida, pensei. A mulher que me faria feliz para todo o sempre.
...
Sapatos que ele me deu, antes não tivesse dado. Certeza que não foi ele quem escolheu, afinal, por que quereria ele me calçar? Calçar-me e impedir-me de pisar nos espinhos que sempre tomam o caminho, calçar pra quê? Se foi ele quem atirou os espinhos? Caso pensado.
...
O ¿sempre¿....Todas as vezes ele, o sempre, foi o meu nunca. Lembro que... Ah... tudo são lembranças amarguradas...Dei-te meu coração, ofereci-lhe o mundo, vendi minha alma para não te perder, vivi por você e morreria pelo mesmo. Foram tantos sonhos a realizar. Tantos planos por fazer. Juras sem fim, promessas para todo o sempre... que terminou em nada!
...
Certeza que ele me usou. Aproveitou da ingênua menina dos cabelos negros e cara de anjinho. Pensando, ele me disse uma vez que me amava, uma vez. Como se isso compensasse os outros 547 dias que se passaram sem uma palavra de carinho. Tantos dias, que o que mais precisava era um ¿você está bonita¿.
...
Por que o nosso fim? Por que te amei sem limites quebrando as barreiras de minha força? Por te jurar lealdade eterna? Fidelidade e companheirismo? Agora estou aqui sem propósitos, sem saber o que fazer, dizer ou pensar. O que me resta? O nunca, o nada, a solidão e os estilhaços apodrecidos de meu coração.
...
Nem isso! Depois me dizem que sofro de baixa auto-estima, e como não sofrer? Preciso de carinho, de alguém... Alguém só pra dizer que acha, não sei... que acha meus olhos bonitos, ou até mesmo que gostou da cor das minhas unhas...nem isso. Ah! Oito horas, hora de levantar, arrumar o cabelo, e abrir a porta. Inferno! Odeio abrir a porta.
...
Fecho a janela e meus olhos. Espero que um dia, um toque me ressuscite. Quem sabe alguém a procura de um verdadeiro amor... Abro os olhos e vejo ao meu redor. Tudo está no mesmo lugar, nada mudou. Percebo que a cada dia que passa o mundo vai perdendo sua cor, e que meus sonhos estão envelhecendo. Sigo até a porta, olho para o relógio: já são oito horas. É hora de espairecer... É hora de tentar viver...
...
Ela se levanta da cama, e segue em direção a porta, não estava muito interessada em ir ao encontro dos amigos, mas pensava que poderia ser uma possibilidade de esquecer, ao menos por minutos, a torrente de lembranças que tomava seu quarto, e sua mente. Ele entrou no carro, decidido a deixar o passado para trás, bateu a porta e aumentou a velocidade, querendo chegar ao destino o mais rápido possível. Apesar de não conhecer metade das pessoas que estariam na festa, achava que seria uma distração ao menos.
Enquanto caminhava ela olhava as estrelas, pareciam até capazes de sorrir, o sorriso que ela havia esquecido, chegou, cumprimentou a todos e sentou-se em uma cadeira próxima a varanda, era melhor manter distância de tudo.
Ele chegou quieto, disse um ¿oi¿ a alguém sentou mais adiante, e parou próximo a porta. Parecia tudo muito parado, pessoas desconhecidas, ambiente novo, a idéia de mudança pouco a pouco era afastada, pensava que era melhor ter ficado em casa. Atraído pela idéia de se afastar de todos, foi em direção da varanda, com a idéia de ver as estrelas sorrirem mais uma vez.
- Oi.
- Oi.
O silêncio, e a timidez tomaram conta. Ela sentada, com as mãos apoiando a cabeça. Ele em pé, mãos no bolso, olhando para cima.
- Será que vai chover?
- Chover? Imagina! Não vê como as estrelas sorriem?
Ela olhou espantada. E achou estranho alguém ter notado que as estrelas, naquele momento, eram as únicas capazes de sorrir.
- É, parecem sorrir sim.
Ele resolveu olhá-la, não havia mostrado interesse em fitar a mulher que estava sentada, isolada de tudo e de todos. Moveu a cabeça, e expressou um leve sorriso.
- Gostei da cor do esmalte.
- Ah. Gosto de preto.
- É diferente.
Mais uma vez ela se espantou com a capacidade que o homem tinha de reparar nos pequenos detalhes, pensou em diversas coisas para comentar, inúmeras frases ilógicas passaram por sua cabeça, mas nenhuma acabava por sair. Ele olhava para todos os lados, sem saber direito o que fazer, ou comentar, a timidez sempre fora sua antiga companheira.
- Sempre vem aqui? Sair com esse pessoal?
- Sempre? Ultimamente o sempre tem sido nunca...
Inevitavelmente, ele soltou um leve riso, e a fitou.
- O que foi?
- Não. Nada. Só... nada. Engraçado.
- Ah. Sim.
- Sempre assim.
A conversa que gradualmente ia perdendo as amarras, é interrompida, três ou quatro amigos, interessados na brisa gelada da noite juntam-se ao casal. O assunto é interrompido. Ela entra, acompanhada por uma amiga. Ele permanece ali, bebendo algo com alguém. O pouco que resta da noite, passa rapidamente, e logo lá estava ela andando pela rua, olhando as estrelas e pensando em um certo sorriso. Ele espera alguns minutos, olha por toda a casa, não encontra o que procura, entra no carro. Pensa que as noites deveriam ser mais longas, e que as estrelas deveriam ser as mesmas que sorriam, naquela momento, para uma pessoa especial, que quem sabe, ele tornaria a ver.

2005

Vontade torpe de escrever
Sangrar meus erros
Colocar a mostra
Mostrar aqui
Mas
Nada de R de J e de O
Nada de nomes escondidos
Palavras escondidas em versos
Versos que um dia
Serão apagados
Esquecidos
Rezo
Correnteza
Que leve tudo
Me deixe as asas
As asas para voar e para olhar
Para sentir o mesmo toda vez
Toda a vez que tocar
Não você
Qualquer um!
Sentir LIBERDADE
Sentir VONTADE
E arriscar...
Palavras?
Deveriam ter sido ditas antes...
Agora, desditas...
Malditas!
Já não são...
Já foram..
Sem oportunidades
Agora...
Futuro!
Viver vou eu!
...
tu tu tu tu

2005

Desesperos em noites curtas

Malditos sentimentos que não devem ser sentidos
Ah se eu pudesse retirar de mim
Arrancar à força isso que me chama
Isso que me atrai
Tirar de dentro a vontade de te tocar
A vontade de ver teus olhos encontrarem os meus,
Por entre a multidão que nos cerca
Perseguir com os olhos cada parte de teu corpo
E desejar o proibido
Esconder-te dentro de mim
Para que ninguém veja o que sinto
Nem suspeite dos olhos que se encontram
E se desviam, e se desejam
Tu desejas?
Sentes a mim, como força estranha
Assim como te sinto
Química inexplicável
Por que aparecestes em minha vida?
Tirastes minhas certezas
E me destes tantas dúvidas
Tanta ansiedade
Tanto medo.
Oh, forças desconhecidas
Tirem de mim o sentimento proibido
Não permitam que cometa o pecado
Que erre novamente
Que traia meus escrúpulos
Oh, doce menino dos olhos profundos
Não me persigas, não me procures
Eu te procurarei em meus sonhos proibidos
Em meus dias de sentimento livre
Mas não nestes dias de noites curtas
Não hoje.

2005

Eu, Desdêmona e o crepúsculo.

E volto a parafrasear minhas antigas poesias
Volto a abrir as janelas
E deparar-me com as tais visões crepusculares
Que ora me torturaram
Hoje, me matam!
Talvez porque o proibido
Me corrompe
Eu, corrompida,
Prestes a render-me,
Fujo, e volto
E desejo...
Corpo, alma, som
Sol, lua, crepúsculo
Ambos
Ida e volta
Ir e não voltar
Corrompida
Interrompida
Desejo, des-e-jo, des-dém,
Desdêmona em prantos.

2004

Talvez este nem seja o nome correto para exprimir este sentimento, mas considero que esta é uma palavra que resume todas as outras: nostalgia, agradecimento, incapacidade, cultura e futuro.
Infelizmente, nesta nossa cultura ocidental só nos damos conta das coisas e as valorizamos depois que elas partem. E, este foi o segundo! Nosso segundo professor que faleceu... primeiro a empenhada professora de literatura - cancer-, agora, o engraçado professor de geografia -acidente de carro. Me pergunto, tantos outros que passaram na minha vida, por um 1 mês, 2 anos, 5 anos, 6? E tÊm-se notícia assim, um amigo que deixa mensagem no ICQ avisando, tudo tão frio e distante.
Aí, me lembro de cadeiras, carteiras, giz, lousa, gritos, bolinhas de papel, bicicletas para explicar a globalização, e parece tudo tão distante, ao mesmo tempo que tão vivo aqui dentro de mim. Como os anos passam! Lembro-me dos professores de primário, de colegial e até os de agora, de faculdade, e fico indagando se eu realmente dou à eles os valores que cada um merece.
Hoje voltou na minha cabeça uma das aulas de filosofia, quando o Tadeu disse que o maior prazer dele era dar aulas e poder contribuir nem que fosse um pouquinho para a nossa vida. E como ele contribuiu! Fez com que eu fosse mais "eu", não há dinheiro que compre aquela aula sobre 'Jonas' e o amor incondicional. Não há dinheiro que compre cada marquinha que cada professor deixou na minha personalidade, não só professores de escola, mas professora de vôlei, professor de violão, de canto, de pintura e de ballet (é mesmo! eu fiz ballet!) Foram tantos e tantas histórias para se contar e para lembrar, guardar e aprender, sempre e sempre!
Nem que seja aprender à nunca esquecer o quanto eu cresci, o quanto aprendi e o quanto ainda tenho a aprender. Queria dizer apenas, muito obrigada! Aos meus professores de escola, de colégio, de vida, por terem me ajudado a ser o que hoje sou! Muito obrigada!!!!!
E... até encontrei um versinho que estava no fim de uma das provas de história:
"Dois homens olham pela janela
Um vê a lama. O outro vÊ as estrelas!" (F. Langbridge)

Sentimentalismos

1. Sobre os sentimentos


Houve uma primeira premissa, o que são os sentimentos ? Sentimentos, vem da palavra sentir, então sentimentos seriam tudo o que sentimos?! Sentimos o vento, a água, um toque, então, o vento seria um sentimento humano? Talvez... o vento simboliza a liberdade, e a vontade de mudança, desta forma, a figura a qual o vento representa é um sentimento!
Ok, recapitulando... Amor é um sentimento, ódio é um sentimento, inveja é um sentimento, orgulho é um sentimento, preguiça é um sentimento e a figura do arrepio também é um sentimento....

Sentimento, s.m. - Estado afetivo agradável ou penoso, provocado por um estado de consciência; conjunto de emoções; opinião; pesar. (Antôn.: insensibilidade). Espanhol: sentimiento - Inglês: sentiment - Francês: sentiment - Alemão: gefühl - Italiano: sentimento.

Pois então o sentimento é nada mais que um estado de consciência, um momento afetivo: um estado momentâneo do caráter pessoal. Resumindo, sentimento: é momentâneo, é pessoal e individual, é característico e VITAL. E ponto. Passemos ao próximo capítulo...



É a partir de uma palavra, é a partir de um gesto, a partir de uma pessoa, um dia, um lugar, é a partir de um pequeno fragmento do mundo que podemos compreender a totalidade do que chamamos universo. É vivendo, é aprendendo, e amando que descobrimos os valores e a realidade do mundo em que vivemos. Por isso, começo a partir de hoje uma tarefa árdua e diferenciada, escreverei sobre os sentimentos, sobre este pequenino componente da alma e da mente dos homens, capaz de alterar ciclos de um universo inteiro ... Desta forma, escrevo por mim, sobre cada um dos sentimentos que sinto... o que sinto agora, o senti há dois minutos, o que gostaria de Ter sentido, ou ainda vou sentir, escrevo sobre cada sensação, sobre cada intenção, mas, primordialmente, sobre cada vivência e lição.
Tenham vocês as impressões que quiserem, tenham vocês a imagem que quiserem, afinal, me desculpem dizer-lhes meus amigos, ninguém é igual à você, e é exatamente por este motivo que não julgarei sentimento algum, se ele é bom ou ruim, certo ou errado, feio ou bonito, apenas falo por mim, falo por uma visão unilateral das coisas e então escrevo... escrevo e sinto. Talvez, mais sinto do que escrevo... de qualquer forma...
Vivo!

Vivian Guilherme Marques


Hey, acorda! O que foi? Acorda, já é dia! Dia? É, é dia, o sol nasceu, está tudo claro, acorda! Ah! Vamos, é dia! Mas...? Acorda, vem, acorda é dia! Eu sei é dia e daí?! Você não sente? O quê?! O dia! Tá, e daí?! Acorda, é dia, vem! Não! Vem...vem viver!!!
Abre os olhos, olha o céu, veja o sol que brilha, sinta a brisa suave, levanta daí sinta suas pernas, erga a cabeça, sorria, pense, coma, ria, odeie, ame, corra, viva! Vamos! É tão simples...tente! Tente! Eu sei que as coisas simples são as invisíveis mas, tente! Vamos, o tempo é curto, vamos!
Veja além dos muros vizinhos, veja além da estátua do jardim, além dos pedriscos no chão, tente ver além do café da manhã, do almoço, da janta, veja além do escovar os dentes, lavar a louça e colocar pé ante pé. Quebre a xícara, pise na poça, suje as mãos, chore!
Sorria por Ter certezas, e sorria pelas alegrias, sorria pela imensidão do universo, e pela imensidão de possibilidades, sorria apenas por poder sorrir, sorria por poder pensar, acordar, levantar para ir à escola, ver o sol, me escutar e tentar.
Sorria por viver! Por sentir estar vivo e por Ter motivos para levantar. Tem tanta gente para você conhecer, tanta coisa para se aprender, tanto para se fazer!
Vem! Vamos fazer com que cada dia valha a pena, para que cada hora seja uma recordação boa ou má, mas algo de que se lembre! Vem, você já está perdendo tempo! Está atrasado!
- Tá bom mãe, já to indo !!!


Puta!!! Aquela cachorra, vadia, morfética, ridícula, baixinha, gordinha, feiosa, absurda, cretina, pé no saco, filha da ....querida mãezinha dela....Que garota abusada!
Não vê?!
Ele é meu!
É meu...
Ele é meu ????? (?!)
...É...meu ?
...
..
.
E volta o velho mistério de quem pertence à quem, SE alguém pertence à alguém, talvez pertença ao mundo, ou não pertença à ninguém, ou pertença a seus pais, ou pertença a ele mesmo, ou pertença ao universo, ou pertença a sua liberdade, ou pertença aos sentimentos... ao amor... pertença ao que sinto por ele...Bah!
Mas também é subjetivo, aliás, tudo é subjetivo! E talvez ela não seja uma cachorra, talvez seja uma ¿cadela¿...e... Ah! Besteira! Tudo é besteira, não é?! Tudo é da minha cabeça mesmo, e se não fosse seria da onde? Louca!
Eu gosto, tu gostas (?), ELA gosta (!), nós gostamos, vós gostais (?), ELAS gostam. E quem disse que conjugar verbos é besteira? Se é besteira, e se tudo é besteira, o que não é besteira? Ah! A cachorra!!! Claro! A cachorra não é besteira... ela é ridícula, e perceba que são coisas diferentes!
E nem me venha com essa história de que sou ciumenta tudo bem? Porque é um absurdo! Onde já se viu! E nego mesmo! Nego até a morte! Não, não e não... NÃO tenho ciúmes! Afinal, como boa pecadora nego nego nego! E pronto! Eu só não gosto dela, isso! Não gosto daquele jeitinho de ¿quero ajudar¿, não gosto do jeito que ela anda, não gosto das músicas que ela ouve, não gosto das roupas que ela usa, e não gosto quando ela chega perto! É simples assim! Posso até dizer que tenho ¿fobia¿ à cadelas... ou cachorras?! E isso seria um problema médico.. está vendo?! Eu não sou louca, é apenas problema médico! É físico, não tenho culpa! E nego mesmo!
E até porque isso tudo tem a ver com auto-estima, e amor próprio e coisas psicológicas do tipo... Afinal, ¿a mãe é minha¿, ¿o quarto é meu¿, ¿a boneca é minha¿, não são coisas tão distantes.. E se for ver é normal! Errado, ruim e prejudicial, mas normal, convenhamos!
Está vendo, nem sou tão errada assim, e muito menos louca, sou até normal demais! E ciúmes todo mundo tem...e MATA ouviu? É Ter ciúmes mata, provocar ciúmes mata, e escrever sobre ciúmes mata mais ainda... chega! Fecho a portinha dos pensamentos obscuros, acendo a luz...


Sabe quando você quer só entender... porque as coisas são tão instáveis.. e tão inseguras e inapalpáveis que assustam às vezes, não sei se porque eu sempre fui muito pé no chão e muito acostumada com a mesmice e com as normalidades e... essa montanha-russa me estressa demais! E é algo que acho que não deveria ser... Eu me pergunto se as coisas devem ser da forma como têm sido, ou se eu posso mudá-las para melhor, apesar de ter medo de mudanças, sempre tive... e acho que sempre terei... mudar me assusta demais! E... sinto que não era para mudar, porque poxa.. está bom... mas, não está... tipo... tá ruim, mas tá bom... conformismo e medo de mudança talvez... É eu tenho medo de mudar sim... Medo de trocar as coisas do quarto e tudo parar de dar certo, tipo, colocar a cama em outro lugar, usar uma roupa antiga, mexer em algum bibelô da escrivaninha... medo de mudar o corte de cabelo, de pintar as unhas de cor diferente, de trocar os anéis...
Medo de trocar certos por incertos, dar passos e não conseguir mais voltar atrás (e essa frase teve intertextualidade sim....as minhas metáforas são mais claras viu?! Mas, sinto muito, esse texto não tem a ver com você... e muita coisa daqui de dentro não tem mais a ver com você.... sinto muito...digo.. sinto muito bem! Pois as coisas caminham, bem ou mal, mas caminham, e passado é passado fica para trás em frases entre parênteses, entre metáforas em blogs e entre intertextos...ponto). Talvez porque mudar implique tantas coisas, implique em ter que antes de tudo mudar a sua cabeça, e principalmente, mudar o coração, e... como é difícil mudar o nosso coração, ele é muito maior do que todas as coisas que nos cercam, acho que até maior que o mundo, e olha que o mundo é grande, hein?!
É... verdade... não só a mudança assusta, mas também tudo que é diferente... tudo que vai contra tudo ao que estamos acostumados... Se estamos acostumados a acordar todos os dias e tomar um copo de leite é estranho termos que acordar e tomar café... E isso não só assusta, como às vezes irrita e nos aborrece! Se estamos acostumados a lidar com um tipo de situação, com um tipo de pessoa, quando nos vemos a frente de uma situação nova e uma pessoa completamente oposta a nós, é difícil aceitarmos os novos parâmetros... Isso pode levar dias, semanas, meses... (Anos não vai! Pelo amor de deus... anos não né?! Tomara q não.. enfim...) Tempos... e isso basta... leva tempo... E... ai para a pessoa ou a situação não ser mais diferente, nós mudamos... Claro, que tem as fases de estresse, de raiva e lágrimas... mas acho que no fim dá tudo certo (Dá né?! Por favor, otimismo! E perceba que estou conversando comigo mesma! Ridículo, porém real!) Mudamos, e... mudou! E ai como já mudou, já vira mesmice e volta o medo de mudar de novo... um ciclo como tudo...e sabe... acho que isso tem a ver com o medo de se machucar... medo das coisas não darem certo! É... Todos tem medo de sofrer... e enquanto as coisas estão estáveis, elas estão certas... ao menos sabemos como será o dia de amanhã... e acaba em equilíbrio. Equilíbrio, segurança e confiança. De qualquer forma... medo!
Mudar... de novo?!!? Não.. por enquanto não... que continue assim... mesmo que... e que.... e que... ah! Como sempre espero a campainha soar e me tirar do palco, enquanto isso não ocorre continuo interpretando meus personagens nesse grande teatro chamado ¿vida¿.. vida cretina isso sim... Não, não.. texto cretino, isso sim! Mas um dia eu consigo... Se eu mudar quem sabe...


Às vezes acho besteira falar em amor
É tão complexo, ao mesmo tempo que
Sinto algo tão grande dentro de mim
Que avança barreiras do querer
É grande, intenso e forte
Me joga na parede e me arrebenta o peito
Então, amo
E, amo de peito aberto
Com emoções nas mãos e lágrimas nos olhos
Pés nas estrelas cabeça nas nuvens
Me entrego
E não resisto, tu és
E ser é muito mais do que qualquer outra coisa
Pois sou
Sou eu
Sou amor, sou paixão, sou vontade
Sou tua.