domingo, 3 de maio de 2009

2006

FALÁCIA

Do peito encalacrado
Ocas palavras pululam
E ferem
Com afiadas lâminas
Florais
Pétalas vermelhas
Beijos falsos
Do olhar sinuoso
Olhos mentem e ferem
Com adagas de sentidos
Impalpáveis.
Mais uma...
Do âmago sorrateiro
Expurgasuores, expurga...
Aquilo que já...
Falácia...
Mais um...
De meu peito oco
Cuspo letras goela acima
Mentira!
De meus olhos videntes
Choro a dor de não ver
O que foi
Mais um?
Mate o ocaso e mate o acaso
Soterre o passado e o
Casado.
Enterre o desejo, vocifere
O medo.
Construindo muros.
Pétalas batem nos ombros,
Rasgam as mangas
Ferem o peito
Quem é você?
E quem sou eu, agora?
Mãos, braços e abraços...
Falácias
Mentes...
Mentes comumente, como mente
Com a mente...
Só mente
Somente
Semente.
Sem plantar.
Enterras
Soterras
Me ferra
Pudera!
É assim.
Palavras pululam goela acima
Lembranças pululam goela abaixo
Dores pululam aqui acolá
Mais um
Mais dois
Mais três
Quatro?
O próximo, por favor!
Nem fale.

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