domingo, 3 de maio de 2009

2007

Ela olha os minutos embaralharem no canto superior direito do celular, enquanto relê as sms que ele mandou. Mandou no pretérito perfeito do indicativo, já fazia tempo. E as coisas não eram mais como há 2 meses. Ela acreditava que o pensamento era capaz de mover montanhas, e que pensar nele bastava para que isso os mantivesse juntos. Afinal, a distância física não é nada perto da proximidade do sentimento.

Mas ele não devia pensar assim, apesar de ela estar disposta a enfrentar o que fosse. Era tão difícil se interessar por alguém, que quando acontecia era digno de ser batalhado.

No fim, tudo acabava no mesmo, mais um jogando com os seus sentimentos como peças de Dama, manipulando, encavalando, comendo e descartando. Fim do jogo.

Antigiu o ápice do sentimento para atirar-se ao nada. Ele novamente.

E ela começava a considerar que o nada deveria ser uma boa opção, já que ele vivia dentro do maldito coração, algo de muito atrativo ele deveria ter. Uns braços grandes, uns cabelos bem grandes e uma coleção de cds do silverchair.

Acho que era hora de assumir de vez e casar-se com o Nada. Um belo final feliz.

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